História de Eddie Aikau


Eddie Aikau nasceu em 4 de maio de 1946, terceiro de seis filhos de Solomon e Henrieta Aikau. A família pobre de descendência havaiana mudou-se de Maui para Oahu em 1958 em busca de oportunidades ─ o Hawaii tornara-se o 50º estado norte-americano, Honolulu crescia.

Eddie largou os estudos aos 16 anos, foi trabalhar em plantação, dirigir máquina; muito apto às atividades no mar desde a infância, como os irmãos, preferia no entanto ondas.

Começou a freqüentar o North Shore em meados dos anos 60, inicialmente de carona com John Kelly, um dos californianos que mudou-se para o Hawaii na década de 50, como George Downing, Greg Noll, Pat Curren, Peter Cole, Fred Van Dyke.

Greg Noll e amigos tem o honroso mérito de primeiros a surfar Waimea Bay, em 1957. Waimea era tabu até então. Além do heiau sagrado dos havaianos no alto do morro, foi ali que Dickie Cross desapareceu em 1943.

Em 1967, dez anos após a primeira caída de Noll, Eddie Aikau começou a estabelecer sua reputação de rei de Waimea, quando uma ondulação chegou a costa no começo do inverno havaiano, em novembro.

Pelos feitos como big rider, Eddie tornou-se um dos dois primeiros salva-vidas do North Shore. Ficava sediado na temida Waimea. Pelos feitos como salva-vidas e big rider, tornou-se símbolo de orgulho havaiano.

Há relatos extensos desses feitos no livro Eddie would go ─ The Story of Eddie Aikau, hawaiian hero and pioneer of bigwave surfing, de Stuart Holmes Coleman.

Como surfista profissional, Eddie viajou à África do Sul, Austrália, e após ser finalista do Duke Kahanamoku Invitational por quase uma década, finalmente venceu o evento em 1977, em Sunset Beach.

No ano seguinte ─ em março de 1978 ─ Eddie Aikau integrou a tripulação da embarcação Hokulea, em sua segunda expedição rumo ao Tahiti. Refazendo as antigas rotas de navegação dos polinésios, o Hokulea viajava sem instrumentos de navegação e demais recursos tecnológicos, guiado somente pelas estrelas, como os antepassados.

O Hokulea partiu no dia 16 de março e, por uma série de coincidências infelizes, adernou durante a madrugada entre as ilhas de Lanai e Molokai. Seus tripulantes ficaram quase 24 horas agarrados ao casco do barco, empurrados por ondas de 15 pés e ventos de 35 mph em direção ao oceano, sem ter como pedir ajuda.

Às 10h30 do dia 17, quando as esperanças de resgate diminuíam à medida que o barco se afastava da rota dos aviões comerciais, Eddie partiu com sua prancha em busca de ajuda na Ilha de Lanai, cerca de 20 milhas de distância.

Os náufragos foram avistados por um avião de turistas japoneses ao entardecer, e resgatados de helicóptero uma hora depois. As buscas por Eddie duraram quatro dias, mas corpo e prancha jamais foram encontrados. Uma cerimônia foi realizada uma semana depois em Waimea Bay, que desde 1987 sedia o evento em sua homenagem.