Newton Alves Filho


A princípio parece um museu de pranchas de surf, são mais de quarenta, de shapers do mundo todo, vários tamanhos, modelos e diferentes pinturas.

Mas o lendário surfista carioca Newton Alves Filho faz questão de falar que de museu sua coleção não tem nada, todas as pranchas formam o seu quiver que vai de uma nove pés para ondas gigantes até uma fish usada para manobrar nas marolas. Newtinho, como é mais conhecido, vê suas pranchas como ferramentas, com funções específicas para os diferentes trabalhos, no caso os diversos tipos de onda. Ele está preparado para qualquer mar, por isso é como ver sempre uma prancha diferente embaixo do braço. Em sua casa há pranchas espalhadas por todos os cômodos, amontoadas no rack do seu quarto, em cima do armário, na sala e até embaixo da cama.

Além de quiver, suas pranchas formam uma coleção de dar inveja a qualquer surfista. Um pouco da história do surf pode ser contada através delas. Uma linda 6'3" usada pelo primeiro campeão mundial Peter Towned, uma 6'1" do tri campeão Tom Carrol. Duas pranchas do Sunny Garcia, sendo uma delas usada em Sunset no ano em que foi campeão. A prancha consagrada por Taylor Knox nos filmes do Taylor Steele. Uma 7'2" do Sheena, que foi a última que ele shapeou no Brasil. Além de pranchas dos Top’s Mark Occhilupo, Rob Machado e Kalani Robb, e um modelo do Beto Santos de tow in usado por Eraldo Gueiros na Ilha de Lobos.

Newtinho não mede esforços para conseguir as pranchas, muitas vezes comprando dos próprios surfistas. Mas seu quiver conta com pranchas feitas sob encomenda por shapers brasileiros e gringos. Entre elas uma 8'2", que é uma de suas favoritas, shapeada pelo lendário havaiano Dick Brewer. Uma das primeiras pranchas de epoxy no Brasil, do Sheena ─ quando a tecnologia era ainda totalmente experimental. Uma 8'10" do brasileiro residente no Hawaii, Jorge Vicente. Algumas pranchas originais do Mayhem (...Lost) e do Al Merrick, além de uma relíquia shapeada pelo falecido Wanderbill, um dos caras que marcou a fabricação de pranchas no Brasil.

Newton acompanhou o desenvolvimento das pranchas no Brasil e no mundo, e sua coleção evidencia isso. Ele conhece todas as suas pranchas, como funcionam nos diferentes tipos de onda.

Acima de tudo, sua coleção é mais uma prova da paixão de Newton Alves pelo surf, que já dura mais de cinqüenta anos.

Renovação na sala de justiça

O AUSTRALIANO RICHIE PORTA ASSUME INTERINAMENTE O CARGO DE JUIZ CHEFE DO ASP WORLD TOUR, QUE INICIOU A TEMPORADA 2010 NA GOLD COAST COM NOVIDADES NO SISTEMA DE JULGAMENTO.


Com a saída do também australiano Perry Hatchett da Association of Surfing Professionals, anunciada em fevereiro último, a entidade finalmente pôde promover algumas desejadas e significativas mudanças em seu sistema de julgamento. Depois de 12 anos comandando o quadro de juízes do Circuito Mundial, Hatchett não chegou a um acordo com a ASP e seu contrato de prestação de serviços não foi renovado.

Com isso, Richie Porta, que vinha fazendo um belo trabalho como juiz chefe do Circuito Mundial feminino, foi chamado para assumir interinamente o cargo. Segundo o brasileiro Renato Hickel, gerente geral do Tour, Porta deverá ser efetivado em breve.

Sem o Perry, finalmente conseguimos aprovar uma importante mudança que eu vinha tentando há quatro anos, que é a utilização de dois ou mais juízes chefiando o painel julgador do Tour, um sistema criado no Brasil que dinamiza bastante o trabalho. Essa era a única área da ASP que não havia sofrido nenhum tipo de renovação desde que o Perry assumiu. Nos últimos anos tivemos uma série de mudanças no Circuito, como o aumento do quadro de juízes, a implementação do sistema de computação e de vídeo replay, ambas inovações trazidas do Brasil, a utilização de jet-skis e o sistema de baterias simultâneas, que afetaram o controle da prioridade e aumentou a responsabilidade do juiz chefe. Mas ele continuava sozinho para controlar tudo”, explica Hickel.

Por causa disso, os surfistas reclamavam que quase não tinham acesso ao quadro de juizes para trocar informações, discutir resultados, comentar ou protestar”, ressalta o brasileiro. É por isso que ele defende a presença de dois ou mais profissionais realizando esse trabalho. “Na Gold Coast, tivemos o Porta atuando como primeiro juiz chefe, o havaiano Dave Shipley na posição de segundo e o também australiano Pritamo Ahrendt como terceiro, sendo que os três podem alternar suas posições, além de atuar também como juízes e atender surfistas e imprensa. Essa rotatividade é positiva e foi bastante elogiada na etapa de abertura do Tour”. Hickel também enfatizou que o segundo e o terceiro chefe dos juízes poderão mudar a cada etapa, o que dá chance de bons profissionais mostrarem seu trabalho: “Na etapa do Brasil, por exemplo, devemos ter o Luli Pereira como segundo ou terceiro juiz chefe. Ele tem sido muito elogiado e com isso podemos renovar o quadro e estimular esses profissionais a melhorarem sempre”.

O dirigente não entrou em detalhes sobre os motivos que levaram à não renovação do contrato de Hatchett. Mas, segundo reportagem publicada sobre seu desligamento, além das questões técnicas e da inflexibilidade do australiano perante a série de mudanças sugeridas ao longo de sua gestão, também pesou a falta de habilidade no trato pessoal. “Ele é muito inteligente, sabe muito sobre o esporte, mas não tem habilidade com as pessoas. Estamos numa época democrática e acho que os juízes não estavam rendendo 60% da capacidade quando eram direcionados por ele. Espero que agora a gente consiga trabalhar pelo esporte sem política”, disse o juiz brasileiro Ícaro Cavalheiro. O baiano Lapo Coutinho, juiz filiado à ASP Hawaii, completa: “A saída dele dá oportunidade de a ASP fazer mudanças que nunca foram aceitas por ele com medo de que alguém tomasse seu lugar. Os juízes também serão tratados com mais dignidade”, finaliza Coutinho.

THE DRIFTER

The Drifter é inspirado na viagem que Rob Machado fez pela Indonésia em busca de si mesmo.

Tudo no filme parece calculadamente despretencioso, da atuação do protagonista, às coisas que dão errado e também as coisas que dão certo.

As sessões de surf são poucas e faz muita falta imagens de dentro d’água do cabeludão Machado. As cores no filme são fortes, sempre com aquela textura que hoje domina o mercado da propaganda de cerveja no Brasil, puxado pro dourado, pra vender mais bermudas da Hurley.

A edição parece ligeiramente aflita em trocar de ângulos, e raramente uma imagem se detém por mais de 3 segundos, com raríssimas exceções.

O filme é um lançamento da Warner e tem uma trilha bem decente, liderada pelos Raconteurs de Jack (White Stripes) White e Brandon Benson, os pesados e sujos Black.

Keys, The Shins, Iron and Wine, Jose Gonzales e Bom Iver, misturando o melhor da música que já foi chamada de alternativa e hoje domina iPods de gente descolada (seja lá o que isso quer dizer) no mundo inteiro.


DIREÇÃO Taylor Steele.
TRILHA SONORA MGMT, Matt Costa, Morning Breeders, Raconteurs, Black Keys, The Shins, Iron and Wine, Jose Gonzales e Bom Iver.
EXTRAS Melhor do que a atração principal.
PORQUE ASSISTIR Rob Machado ainda é um dos surfistas mais agradáveis para ver surfando sem parar, prefira o bônus, sem lenga-lenga, puro surf.
NÃO DEIXAR DE CONVIDAR seus amigos que amam o surf de raiz.

MODERN COLLECTIVE

‘Essa é uma mensagem para os jovens, gente abaixo dos 25 anos... Certamente para gente com menos de 40. Se você tem mais de quarenta, não estou certo se você deveria ouvir isso...’


Assim começa o filme mais copiado dos próximos 5 anos.

Kai Neville é Dane Reynolds dos DVDs de surf na entrada dessa nova década.

Taylor Steele se deu conta que sua fórmula estava desgastada e chamou esse garoto australiano para assumir seu famoso filme anual de porrada comendo solta.

Neville chamou Dusty Payne, Yadin Nicol, Mitch Coleborn, Dane Reynolds, Jordy Smith e Dios Agius e fez uma espécie de família Felipão da nova geração.

O resultado é fenomenal.

Kai é cuidadoso em todos os detalhes do DVD, fotografia impecável, edição elegante e criativa, trilha duca (apesar de meio boiola as vezes).

O jeito de apresentar os clipes foge da bobagem que acostumamos a ver e as sessões são divididas por lugares e não por surfistas, como Steele sempre fez, o que dá uma dinâmica bacana ao DVD.

Jordy Smith faz coisas que até agora estou em dúvida se vi mesmo ou sonhei.

Dusty e Coleborn estão melhores no BS (novo filme da Volcom), mas, também, perto do que Jordy faz no filme, todo o resto sofre.

Dane não parece muito entusiasmado com a idéia do filme, ainda assim vale por cada manobra.

Dion Agius é um grande equivoco, deve ser muita gente fina e camarada do diretor de outros carnavais.

Se tivesse que apontar algum defeito, seria a quantidade de ondas editadas com apenas uma manobra, às vezes dá vontade de ver os caras mais tempo na onda pra variar.

Os extras do DVD merecem atenção, pipoca e guaraná.


DIREÇÃO Kai Neville
TRILHA SONORA Tiga, The Castaways, Primal Scream, Split Enz, Sebastien Tellier, Annie, M83, ZZT e G.L.O.V.E.
EXTRAS Mais de meia hora com sessões que não entraram no filme e uma só pro Jordy.
PORQUE ASSISTIR Kai é um artista, Jordy é um artista, Dane é um artista, Mitch é um artista, Dusty é um artista ─ Dion queria muito ser um artista e até usa gorro pra provar.
NÃO DEIXE DE CONVIDAR os amigos que gostam de cerveja, gorrinho e acham que alley up é coisa de coroa.

11 perguntas para... Maya Gabeira

ELA COMEÇOU A SURFAR INCENTIVADA POR UM NAMORADO, EM UMA ESCOLINHA DO ARPOADOR, NO RIO DE JANEIRO. COM APENAS 8 ANOS ENTRE VACAS ASSUSTADORAS E DROPES BEM-SUCEDIDOS, A CARIOCA MAYA GABEIRA, 23, JÁ ENCAROU ALGUMAS DAS ONDAS MAIS PERIGOSAS DO MUNDO E GANHOU DESTAQUE MUNDIAL AO VENCER TRÊS VEZES CONSECUTIVAS O BILLABONG XXL GLOBAL BIG WAVE AWARDS.



01. POR SER MULHER, OS CARAS TE DÃO UM TRATAMENTO DIFERENCIADO? ROLA UMA PROTEÇÃO EXTRA?
Acho que sim, mulher você não trata que nem homem, né?! (risos). Eles me protegem com certeza, acho que isso é da natureza. Viajando com uma menina, normalmente o cara em a tendência de protegê-la e ajudá-la.

02. VOCÊ APRENDE MUITO COM ELES?
O tempo inteiro. Para evoluir, não vai ser viajando com a galerinha ou com as minhas amigas. Imagina se eu estivesse com uma amiga em Mavericks, e não com Danilo Couto, no dia em que pegamos o pico sinistro. Lógico que eu não teria surfado. Só uma pessoa que nem o Danilo para olhar e não conseguir ver o line-up, não conseguir ver as pedras logo ali ao lado e falar: “Não, vamos de qualquer jeito, está 30 pés clássico!”. Essa é a diferença. Homem tem uma visão no surf que é absurda. Eles sabem tudo de ondulação, de mapas e tudo de equipamentos. O lugar e a hora certa. É muito impressionante, você não vê mulher assim. Eu sempre falo: “Gente, como eu vou andar com mulher?” Você não tem um Jeff Clark mulher em Mavericks, um Andrew Marr mulher na África do Sul... e assim por diante.

03. COMO VOCÊ DECIDIU FAZER TOW IN?
É tudo muito recente, mas além de achar que era uma boa hora, o principal fator foi a oportunidade. Surfando com o patrocínio da Red Bull, tenho facilidade de ter jet-skis no Brasil e no Hawaii. E ter o Burle na mesma equipe, que pode estar comigo, sair comigo e está a fim de me ajudar, de me ensinar, facilitou tudo. E o principal: chega uma hora que você encontra o limite da natureza, onde não é possível entrar nas ondas remando.

04. VOCÊ JÁ SE SENTE PREPARADA PARA ENCARAR ESSE TIPO DE SITUAÇÃO NO TOW IN: PEGAR MAVERICKS, JAWS OU TODOS SANTOS NOS DIAS MAIORES? ACHA QUE CHEGOU NESSE NÍVEL FÍSICO E PRINCIPALMENTE PSICOLÓGICO?
Ainda não cheguei. Mais é um esporte novo para mim e ainda não tenho intimidade com a máquina e com o equipamento. Vai ser como foi na remada, no momento que eu entender o que estou fazendo realmente, quando conhecer a prancha que eu estou usando e puser meu tempo naquilo. Aí sim, a confiança vai vir. Se você não botou seu tempo naquilo, não vai estar preparado para puxar seu limite e chegar em uma condição extrema. Eu tive confiança para surfar Waimea, com a baía fechando, por exemplo, mas até esse dia, eu já tinha ido uma, duas, três, quatro vezes e ficado milhões de horas olhando. Aí sim você fala: “Tá bom, acho que agora estou a fim de tentar, porque eu boto meu tempo, me dedico, estou focada e amo o que eu faço. Vou tentar ir mais longe”.
Acho que com o tow in será o mesmo. Vai ser um ano, dois, três, até eu estar tão confortável com a máquina, com o resgate e com um parceiro estável. Se estiver tudo no esquema, acho que será possível surfar qualquer tamanho.

05. NUMA DUPLA DE TOW IN, UM FICA RESPONSÁVEL PELA VIDA DO OUTRO. O RESGATE ACONTECE MUITAS VEZES EM PLENA ZONA DE IMPACTO, NUMA SITUAÇÃO SINISTRA. VOCÊ SE SENTE PRONTA PARA ARRISCAR A VIDA NA FRENTE DE UMA BOMBA DE 50 PÉS, PARA SALVAR SEU PARCEIRO?
Eu me vejo fazendo isso. Acredito que eu possa chegar nesse nível. Estou disposta a correr riscos. Vai ser uma evolução natural, entendeu? Que dá medo, dá. Mas eu estou há uns três meses enfrentando essa realidade e converso muito com o Burle sobre isso. Sei que esse é um estágio novo e que você se coloca em umas situações que podem ter conseqüências horríveis. Muito mais extremo do que se você estivesse na remada. No braço, você não teria ido parar ali, você tem um instinto e milhões de coisas que não te deixam estar naquela situação, onde a máquina te deixa. Mas, rebocado, você se vê botando para dentro muito mais fundo, na primeira da série, dropando atrás do pico, coisas assim. É muito complicado. Eu sempre falo para o Burle: “Cara, quem é o louco que fala que tow in é fácil?”. Não existe esporte mais extremo, em alta velocidade e com tanto impacto.

06. COMO FUNCIONA ESSA PARCERIA COM O BURLE?
É uma grande amizade e ao mesmo tempo um grande desafio para nós. Ele tem 40 anos, é um cara top no esporte. Ele olha pra mim, uma menina de 23 anos, que surfa há 8, e deve falar: “Caraca, brother, que loucura... Onde será que eu vou conseguir chegar com ela?”. Acho que ele tem uma expectativa também, sabe? De quanto uma mulher pode evoluir dentro de um esporte tão masculino. E eu tenho o desafio de estar com meu físico, meu psicológico e meu ritmo juntos com os dele. Vai ter que ir rolando uma adaptação constante. A gente se fala por e-mail, estamos sempre em contato, sempre tentando entender o outro, fazer os planos certos, estar nos mesmos lugares. Acho que esta nova fase muito interessante. É um caminho longo.

07. A PARCERIA COM ELE EXISTE EM FUNÇÃO DA RED BULL?
Acho que se eu fosse da Red Bull e a gente não se desse tão bem, ele não ia querer entrar neste projeto de formar uma dupla mista. A coisa aconteceu mais da gente mesmo. Rola uma empatia e ele sabe que é uma coisa que eu desejo muito. Acho demais porque ele vê o quanto me dedico. Chegou um momento em que ele quer participar dessa evolução, me mostrar o caminho e também descobrir aonde será que consigo ir. Mas isso é muito cedo para saber. Nossa, eu sofro, apanho e fico destruída. Estive no Tahiti e tinha hora que eu olhava e falava: “Burle, isso aqui não é esporte pra mulher”. E ele respondia: “Agüenta!”. O corpo de homem é muito diferente do de mulher. A primeira vez que eu puxei no Tahiti tinha 4 pés de onda e já foi bem complicado, dá muito medo de perder o jet-ski. Surfar em Teahupoo é adrenalina pura. De repente vem uma ondulação, ele levanta e fala: “Vai, vamos nessa!”. Você não sabe no que está se metendo, e de repente está num buraco, muito mais fundo no tubo do que gostaria. É algo assustador (risos).

08. COMO É A SUA RELAÇÃO COM AS OUTRAS MENINAS COMPETIDORAS? PRINCIPALMENTE AS BRASILEIRAS, VOCÊ SOFRE ALGUM TIPO DE PRESSÃO?
Eu as vejo muito pouco e diria que não tenho uma relação. É estranho, mas no meu esporte não tem muita competitividade, e se você for pensar, eu não tenho que competir com ninguém. Eu não consigo nem ver o Billabong XXL como uma competição. Porque tudo que envolve o XXL acontece em dias tão extremos, que eu não penso em surfar melhor do que outra mulher. Penso mesmo em dar o melhor de mim, conseguir fazer a cabeça e sobreviver. Estar na água sempre em situações extremas, querer surfar o dia inteiro quando está gigante, fazer imagens, evoluir, surfar as maiores. Essa é minha pressão.

09. OS ATLETAS, EM GERAL, SEMPRE SE ESPELHAM EM ALGUÉM. E NO SEU CASO?
Eu nunca tive alguém que eu olhasse e falasse: “Nossa, eu quero chegar e ser aquilo”. Acho que sempre olhei para o mar e falei: “Nossa, eu queria surfar aquele tipo de onda”. Quando assisto aos filmes de surf, eu penso: “Quero surfar Teahupoo daquele jeito”. Mas com certeza os big riders como o Burle, Danilo Couto, Jeff Clark, são pessoas que me inspiram, e eu gostaria de um dia chegar no mesmo nível deles.

10. SEUS PAIS APROVAM SUA CARREIRA?
Com certeza me apóiam muito. Minha mãe é minha manager, e meu pai é um superamigo. Sempre falo com eles por e-mail ou por telefone. Mas é lógico que ficam bastante preocupados. Em setembro de 2007 fui capa do jornal “O Globo” e saiu na matéria que eu estava com a idéia de surfar ondas gigantes, com o Carlos Burle me rebocando. Minha mãe me mandou um e-mail me parabenizando e comentando assim: “Todo mundo veio elogiar sua coragem, mas tem mesmo que ser 20 ou 30 metros de onda? Isso me assusta”. Eles gostam, acham legal, mas ficam imaginando qual será o meu limite.

11. ATÉ QUANDO VOCÊ PRETENDE SEGUIR NA CARREIRA DE SURFISTA?
Ai, não sei. Vejo o Laird Hamilton e o Burle com mais de 40, por exemplo. Espero estar nessa faixa de idade, ainda no big surf. Acho que é uma carreira longa. Quanto mais experiência, melhor. Um ano melhor que o outro, sempre. Se você for segurando a onda do seu físico, se é uma pessoa preparada, que se cuida desde cedo, acho que dá pra estender até uns 45.

INNERSECTION_INSCRIÇÕES ABERTAS


Já pensou em fazer parte de um filme de Taylor Steele? Esta é exatamente a idéia de “Innersection”, o novo projeto do criador de Momentum I e II, Stranger Than Fiction e The Drifter. Ao longo do ano, surfistas de todo o mundo poderão enviar seus vídeos de ação (uma seção com a duração de uma música), e competirão entre si pelas 20 seções que irão compor o próximo filme do videomaker californiano.

E não pense que um videozinho com algumas manobras no quintal de casa, acompanhadas da sua música favorita entrará para a seleção final. Quem decidirá os ganhadores serão os próprios internautas, através do site. Basta olhar os comentários postados em qualquer vídeo de surf amador no YouTube para entender que internauta é um bicho crítico.

E para que você não faça feio ao carregar seu material no site, criador do projeto deu algumas dicas de como fazer um bom vídeo. “Fica confuso assistir a uma seção com muitas roupas e ondas diferentes. Ache um lugar que cumpra certo objetivo e filme umas cinco ondas lá vestindo a mesma coisa, mesmo que seja em dias diferentes. Depois, vá para um local novo, e vista roupas diferentes. Assim a seção flui melhor”. De acordo com ele, o foco do editor deve ser achar um som original, em sintonia com o surfista, porém, que não seja ouvido no rádio ou em outros filmes de surf.

Começando em março, a cada dois meses serão eleitos cinco vencedores, que farão parte do filme. Serão quatro ciclos, totalizando 20 seções, e ao final, a melhor seção dentre as vencedoras será a ultima parte da produção ─ algo considerado um prêmio em filmes de surf.

Mas o que fazer para competir com atletas como Jamie O’Brien, que já estão indo atrás de ondas específicas apenas para montar uma seção bem equilibrada? O jeito é ser criativo. Vá atrás da melhor música, capture um surf diferenciado, com manobras, tubos, aéreos e ondas de todos os tipos, e não se limite ao surf ─ inclua clips que passem não só a ação, mas a personalidade do surfista. E o mais importante, tudo isso com estilo. Segundo Steele, “É uma grande colaboração entre o videomaker, o editor e o surfista”.

Para as regras oficiais do concurso, mais dicas de edição, além de uma seleção de músicas pré-aprovadas, disponíveis para download, acesse o site. Cadastre-se gratuitamente para fazer parte do projeto, seja votando ou fazendo um upload próprio.

Simples Olhar

Simples Olhar é o resultado do ano de 2008 de Rafael Mellin e tem como proposta mostrar traços culturais de diferentes regiões do mundo. O foco não é apenas o surf, mas tudo que é vivenciado pelos surfistas nessas viagens ao redor do planeta. Com locações conhecidas, inusitadas e até exóticas, o filme vai da piscina de ondas de Kuala Lumpur, na Malásia, ao surf em um rio gelado de Munique, na Alemanha. Além de Califórnia, Indonésia, Brasil, México, Nicarágua e Chile ─ sempre com uma mensagem sublime entre uma sessão e outra, lançando “simples olhares” sobre as diferentes culturas. A trilha sonora é bem eclética, com bandas como Ancesttral, Mindflow e trilhas produzidas especialmente para o filme, com John Player Specials e Giba Moojen. O projeto contou com a participação dos atletas Etam Paese, Marlon Klein, Petterson Thomaz, Caetano Vargas, Tristian Aicardi, Fernando Moura, Cássio Sanchez, Marcos Sifú, Michel Flores, Mickey Bernardoni, Alan Fendrich, Daniel Cortez, Gustavo Shilickman, Yuri Castro, Willian Cardoso, Wiggolly Dantas, Tiago Bianchini, Yan Guimarães, Pedro Scooby, James Santos, Stephan Figueiredo, Bryan Franco e Igor Morais.

WAHINES


O surf feminino está em alta formando ídolos como Layne Beachley, Stephanie Gilmore e Silvana Lima no circuito mundial. Surfistas extremamente radicais, elas estão mostrando ao mundo que podem surfar como os homens, atacando as ondas com potência e radicalidade. Ver uma mulher surfando com agressividade é muito legal, mas as longboarders são um show à parte.

O surf de longboard se encaixa bem com alguns adjetivos que poderiam caracterizar uma garota... Suavidade, beleza, graça e classe. Uma questão de jeito e não apenas de força. Principalmente na Califórnia, mesmo com a variedade dos designs atuais, as meninas preferem os modelos clássicos, geralmente monoquilhas que, ao contrário do que muitos pensam, não são nada fáceis de surfar.

As wahines (meninas, na língua havaiana) entendem naturalmente o que a modalidade pede, sabem que não devem forçar manobras fora do tempo. Deslizam com fluidez e graça, esbanjando harmonia e caminhando em suas pranchas como se fossem modelos na passarela.

O surf clássico pede uma postura mais ereta, com a base junta. As curvas são mais suaves e os braços se movimentam pouco, auxiliando discretamente no equilíbrio e nas manobras. As passadas são bem curtas e só terminam quando os dedos dos pés estão pendurados para fora do bico. É difícil ver algum cara surfando assim hoje, entre esses e poucos bailarinos que resistem ao surf progressivo. Quer exemplos? Joel Tudor, Kevin Connely e Jimmy Gamboa são as maiores referências para as meninas.

Na Califórnia o longboard impera entre as mulheres, não só porque o surf delas se encaixa bem com o pranchão, mas também porque acaba levando em consideração o aspecto cultural que envolve os primórdios do esporte, criando uma identidade perfeita com o estilo retrô. É de satisfazer qualquer garoto ver surfistas como Belen Conelly, Belinda Baggs, Daise Shane e Jennifer Smith desfilarem nos seus pranchões. O bicampeão mundial Beau Young, certa vez disse que o longboard foi feito para as mulheres, pois na pranchinha é preciso usar força e no long só é preciso estilo, graça e suavidade. Finalizou dizendo que não tem nada mais bonito que ver uma gata surfando de longboard!

Aqui no Brasil, a categoria começa a se firmar, porém as meninas costumam usar modelos progressivos, influenciadas pelo estilo dos brasileiros, que têm uma linha mais radical. Algumas delas já competem no circuito mundial e esse intercâmbio tem mostrado resultados nítidos nas performances delas. A carioca Cris Pires está sempre viajando para aprimorar ainda mais seu estilo e a campeã brasileira Karina Abras, famosa por suas manobras radicais, já começa a aplicá-las com mais elegância após experiências internacionais.

Para alguns legends como Nat Young, o surf progressivo, que já é uma tendência mundial, está fazendo com que o longboard perca um pouco de sua identidade. No exterior as meninas parecem resistir bem a essa evolução (ou revolução), e isso tem sido importante para o longboard feminino, sendo seu grande diferencial, já que os homens (mesmo na Califórnia) estão dando mais atenção às "voadas" do que às "penduradas".

O surf é um esporte radical e até a sua mais clássica modalidade segue essa tendência. O importante é não deixar de lado a classe e o nose riding, que são a identidade do longboard. Sendo assim, a evolução é muito positiva, mas será melhor para as meninas se elas continuarem clássicas... Principalmente para nós que estaremos assistindo!

Quiksilver Pro Gold Coast 2010

O AUSTRALIANO TAJ BURROW CONFIRMA BOA FASE E VENCE A ETAPA DE ABERTURA DO ASP WORLD TOUR 2010, DERROTANDO NA FINAL O SUL-AFRICANO JORDY SMITH. ADRIANO DE SOUZA COMEÇA BEM E FICA EM QUINTO LUGAR NO QUIKSILVER PRO, DISPUTADO DE 27 DE FEVEREIRO A 10 DE MARÇO NA GOLD COAST.


O ASP World Tour 2010 deu a largada para mais uma corrida pelo título mundial de surf profissional. A tradicional etapa de abertura na Gold Coast australiana rolou em boas ondas no pico de Snapper Rocks, primeira seção do Superbank, um dos mais famosos point break de direitas do mundo. O fanático público local encarou muita chuva na maior parte dos dias e lotou a praia para conferir o show de perto.

O primeiro swell consistente da temporada entrou cerca de três semanas antes do evento, encerrando o longo período de flat que incomodava os surfistas e deixava um clima de ansiedade no ar. Durante a competição, as extensas ondas de Snapper chegaram a 2 metros nos melhores dias, mas as finais rolaram em ondas de 1 metro, com formação prejudicada pelo vento. Mesmo assim, foram suficientes para Taj Burrow confirmar a excelente fase que atravessa com a terceira vitória consecutiva em eventos profissionais desde o fim de 2009. A primeira foi no Pipeline Masters, em dezembro passado, no Hawaii. Depois, ele faturou uma etapa 4 estrelas do WQS, em Burleigh Heads, em fevereiro último. Agora, o aussie celebrou a mais significante seqüência de vitórias de sua carreira. Nascido e criado nas pesadas ondas do oeste australiano e disputando sua 13ª temporada no Dream Tour, Taj Burrow, de 31 anos, foi o estreante do ano em 1998 e, desde 2002, nunca saiu do seleto grupo dos Top 10.

Para vencer na Gold, ele derrotou o sul-africano Jordy Smith na decisão, pelo placar de 15.57 contra 12.56 pontos ─ deixando de lado os aéreos e optando por manobras sólidas de linha e arcos perfeitos, sempre nas melhores ondas da série. “Essa é a melhor sensação do planeta! Sinto que não surfei o meu melhor na final, só fiz o que deveria ser feito para vencer, nada muito selvagem. Preferia ter a abordagem do Jordy, que pegou um monte de ondas e se divertiu. Essa é minha estratégia, normalmente, mas desta vez funcionou diferente. Consegui ser mais paciente e seletivo”, explicou Burrow. Vindo de excelentes apresentações nas outras fases, Smith, de 21 anos, demonstrou tranqüilidade durante a decisão. Mesmo exibindo grande repertório de manobras e completando aéreos alucinantes, no entanto, não foi capaz de deter o inspirado aussie. Em seu terceiro ano na elite, este foi o melhor resultado de Smith no Tour. “Estou amarradão, esta foi minha primeira final no ASP World Tour. Estou me divertindo muito mais com meu surf, e tudo parece estar dando certo. Quero manter ritmo durante o resto da temporada”, disse o sul-africano.


TOPS EM QUEDA
Os Top 5 de 2009 começaram a prova com força total e exibiram performances de tirar o fôlego. Mas, com exceção de Taj Burrow, que atingiu o topo, o único que se manteve na mesma posição foi o brasileiro Adriano de Souza.

Para decepção da torcida local, os ídolos da casa deixaram a desejar. O atual campeão mundial, Mick Fanning, se deu mal nas oitavas-de-final e caiu diante de Kai Otton. Seu amigo Joel Parkinson, vice-campeão mundial e defensor do título da etapa, foi derrotado nas quartas-de-final pelo norte-americano Dane Reynolds. Bede Durbidge também caiu nas quartas, eliminado pelo finalista Jordy Smith depois de pegar o tubo mais insano do campeonato, na terceira fase, e chegar perto da nota máxima, com 9.93 pontos. Kelly Slater começou forte, mas nas oitavas-de-final não resistiu ao inspirado Jordy Smith, que impôs seu ritmo do início ao fim para vencer sem muita pressão. Outro fato marcante foi o retorno do havaiano tricampeão mundial, Andy Irons, que ainda não apresenta a mesma forma física de antigamente. Começou com uma atuação inexpressiva na estréia, passou apertado pelo compatriota Roy Powers na repescagem, mas caiu diante de Bobby Martinez na fase seguinte.


OS BRASILEIROS
Adriano de Souza teve excelentes atuações no evento e parou nas quartas-de-final barrado pelo campeão Taj Burrow, numa bateria com poucas ondas boas pelo placar de 17.70 a 14.40 pontos. “A bateria foi difícil, e é isso que acontece quando dois caras dos Top 5 se encontram, um show de surf. Consegui achar duas ondas boas e fazer novas acima de 7. era o que eu esperava, mas não encontrei nenhuma onda que me proporcionasse notas maiores do que essa”, explicou Mineirinho. Antes disso, ele derrotou sem dificuldades o taitiano Michel Mourez e o aussie Blake Thorton, na primeira fase, superou o amigo Jadson André, no terceiro round, e passou com vitória apertada pelo aussie Adrian Buchan, nas oitavas-de-final. Apesar da derrota, Mineirinho apresentou boas atuações nas baterias iniciais, sempre com drops atrasados atrás da pedra, cavadas fortes e ataques sem dó ao lip das ondas, além de jogar muito bem com a prioridade sempre que necessário.

Jadson André estreou no ASP World Tour com o pé direito e quebrou tudo no round inicial. O jovem potiguar demonstrou muita personalidade, confiança, e não quis nem saber quem eram seus adversários. Com um show de surf e 14.94 pontos somados, ele soube se posicionar e não deu chances aos locais Dean Morrison e Adam Melling. Abriu a bateria com um bom tubo logo nos primeiros segundos e depois soltou o pé nas extensas direitas do pico. “Eu estava um pouco nervoso porque era minha primeira bateria no ano, nunca tinha participado de uma no ASP World Tour, mas estava muito confiante em mim e na minha prancha. Já morei aqui cinco meses, então conheço um pouco esta onda. Foi show!”, comemorou Jadson. Infelizmente, pegou seu amigo e parceiro de viagem, Mineirinho, no terceiro round e acabou eliminado por 16.00 a 14.46 pontos. Mesmo perdendo, surfou muito bem, e com o desempenho apresentado poderia ter passado por grande parte das outras baterias da rodada, porém falhou na escolha de ondas e no jogo de prioridade.

Os catarinenses Marco Polo e Neco Padaratz começaram devagar no primeiro round, mas deram um gás forte na repescagem e apresentaram bom nível de surf, porém ambos encerraram suas participações por aí. Polo perdeu para o inspirado Jordy Smith e Neco, para o norte-americano Damien Hobgood, na bateria mais polêmica do campeonato. Neco entrou primeiro em cena e mostrou enorme disposição. Encontrou os tubos, chutou a rabeta com pressão e jogou água para todos os lados com fortes snaps. No entanto, Damien investiu apenas nas melhores ondas da série e trabalhou dentro do critério esperado pelos juízes para vencer a bateria por 16.57 a 13.53 pontos. “A gente treina, observa e analisa tudo, principalmente os detalhes, por isso sou tão intenso e me sinto tão mal em não conseguir me expressar mais dentro da água. Sou um cara que luta pelo que faz, não perco tempo à toa e posso também falar quando acho que as coisas são diferentes, porque estou aqui há 15 anos. A gente sabe muito bem quando perde e quando vence”, lamentou o catarinense.

Já Marco Polo correu atrás e encaixou belas manobras, mas nada pôde fazer para deter o vice-campeão do evento. Derrotado pelo placar de 17.86 a 10.27 pontos, Polo estreou sem vitórias no ASP World Tour. “O nível dos atletas muda muito do WQS para o WT. Aqui você tem que definir pelo menos duas ou três manobras bem fortes para conseguir uma onda excelente. Já no WQS, com duas manobras fortes você entra no critério excelente”, explicou Polo.

Longboard extreme


Qual seria o melhor lugar para uma session de longboard? Ilhas Reunião, Rincón, Malibu, Makaha, Pavones, Boca Barranca? Esqueça todos esses paraísos do nose riding e pense, principalmente você que é longboarder, em um free surf em Paúba ou Itacoatiara com swell pesado. E o que você acha de dar uma caída em Pipe ou Puerto Escondido, com ondas de 8 a 12 pés tubulares? As possibilidades de andar no bico são nulas, batidas podem fazer parte do show, desde que tenha um quiver grande e bastante disposição. Caso contrário, o melhor é remar forte, dropar reto, fazer a curva na base da onda e colocar para dentro. Esse é o caminho. Tudo bem rápido, mas se melhorar estraga.

A maioria dos longboarders que surfam em picos extremos, sabe das vantagens que um long oferece nessas condições. Por proporcionar uma remada mais eficiente, o longboard permite que o surfista se posicione mais para fora, podendo se isolar do crowd, além de dropar a onda mais adiantado. Isso faz com que ele ganhe mais velocidade e controle ao chegar à zona de impacto, passando com maior facilidade por dentro dos tubos.

O surf de pranchão em condições extremas requer disposição, preparo físico e muita técnica para entubar, principalmente de backside. A leitura da onda deve ser perfeita. A remada e o drop seguido de uma boa virada são a chave para o sucesso, ou seja, sair dos tubos, ileso e com o long inteiro.

Porém, não é nada agradável tomar uma série na cabeça deitado em cima de uma 9 pés. Aliás, as vacas de longboard parecem sempre mais perigosas e impressionantes. O problema é que pelo fato de ser grande, a prancha tem mais chances de se chocar com o surfista no meio do caldo, o que pode trazer conseqüências graves. Para evitar choques e também que as pranchas se quebrem, a maioria dos surfistas abre mão da cordinha, uma vez que a maioria dessas ondas quebra bem próximas da praia.

Alguns nomes se destacam quando o assunto é onda pesada e tubular. Os havaianos surfam Pipeline com naturalidade, fazendo a gente achar que a onda não é perigosa. Bonga Perkins, Lance Hookano e Kanoa Dahlin são os mais insanos e técnicos quando as condições estão sinistras. Além deles, se destacam o clássico Joel Tudor e o agressivo Phil Rajzman, que inclusive já venceu um campeonato em Puerto com 8 pés sólidos. Mas muitos outros, principalmente os brasileiros, têm mostrado muita disposição em ondas grandes.