Longboard extreme


Qual seria o melhor lugar para uma session de longboard? Ilhas Reunião, Rincón, Malibu, Makaha, Pavones, Boca Barranca? Esqueça todos esses paraísos do nose riding e pense, principalmente você que é longboarder, em um free surf em Paúba ou Itacoatiara com swell pesado. E o que você acha de dar uma caída em Pipe ou Puerto Escondido, com ondas de 8 a 12 pés tubulares? As possibilidades de andar no bico são nulas, batidas podem fazer parte do show, desde que tenha um quiver grande e bastante disposição. Caso contrário, o melhor é remar forte, dropar reto, fazer a curva na base da onda e colocar para dentro. Esse é o caminho. Tudo bem rápido, mas se melhorar estraga.

A maioria dos longboarders que surfam em picos extremos, sabe das vantagens que um long oferece nessas condições. Por proporcionar uma remada mais eficiente, o longboard permite que o surfista se posicione mais para fora, podendo se isolar do crowd, além de dropar a onda mais adiantado. Isso faz com que ele ganhe mais velocidade e controle ao chegar à zona de impacto, passando com maior facilidade por dentro dos tubos.

O surf de pranchão em condições extremas requer disposição, preparo físico e muita técnica para entubar, principalmente de backside. A leitura da onda deve ser perfeita. A remada e o drop seguido de uma boa virada são a chave para o sucesso, ou seja, sair dos tubos, ileso e com o long inteiro.

Porém, não é nada agradável tomar uma série na cabeça deitado em cima de uma 9 pés. Aliás, as vacas de longboard parecem sempre mais perigosas e impressionantes. O problema é que pelo fato de ser grande, a prancha tem mais chances de se chocar com o surfista no meio do caldo, o que pode trazer conseqüências graves. Para evitar choques e também que as pranchas se quebrem, a maioria dos surfistas abre mão da cordinha, uma vez que a maioria dessas ondas quebra bem próximas da praia.

Alguns nomes se destacam quando o assunto é onda pesada e tubular. Os havaianos surfam Pipeline com naturalidade, fazendo a gente achar que a onda não é perigosa. Bonga Perkins, Lance Hookano e Kanoa Dahlin são os mais insanos e técnicos quando as condições estão sinistras. Além deles, se destacam o clássico Joel Tudor e o agressivo Phil Rajzman, que inclusive já venceu um campeonato em Puerto com 8 pés sólidos. Mas muitos outros, principalmente os brasileiros, têm mostrado muita disposição em ondas grandes.