QUEM NÃO GOSTA DE SLACKERS BOM SUJEITO NÃO É


ROLOU, ENTRE OS DIAS 9 E 21 DE NOVEMBRO, A TURNÊ DO SLACKERS NO BRASIL. CONSIDERADO UM DOS MAIORES NOMES DO SKA MUNDIAL, O GRUPO TRAZ EM SEU DNA RITMOS COMO SKA, REGGAE, SOUL MUSIC, DUB, ROCKSTEADY, RHYTHM & BLUES E BOOGALOO. MAS PODE-SE CONSIDERAR ROCK AND ROLL JAMAICANO.



O som, apesar de ser muito roots, é contemporâneo, com uma pegada de música americana, a cara de Nova Iorque, sua cidade natal. Fundado em 1991, a quase instituição musical The Slackers foi influenciada por bandas seminais do gênero, como Skatalites e Upsetters, da mesma escola que Hepcat e Pietasters. Em 1996, lançaram a primeira bolacha, o Better Late Than Never, pela lendária Moon Ska Records, inauguraram o cast da Hellcat Records, gravadora de Tim Armstrong (Rancid) e daí pra frente foram mais de 10 e fizeram ainda mais de 11 turnês pelos Estados Unidos e 9 pela Europa. Estiveram nos palcos da Warped Tour, Lowlands Festival, Pukkelpop, Montreal Jazz Festival, Bourger Festival, Deconstruction Tour, Augustboller e Streetbeat Festival. Eles dividiram noites e turnês com nomes como Rancid, Joe Strummer, Floggin Molly, Jimmy Cliff, The Beat, Pennywise, Toots & The Maytals e Lag Wagon.

No show em São Paulo foi mostrado ao público devoto, que não estava lá à toa, a razão de tanto respeito e uma qualidade musical irretocável. O vocal de gala italiano com vagabundo desencanado jamaicano de Vic Ruggiero, que toca gaita e teclado ao mesmo tempo, fez miséria com sua bela voz. Glen Pinne é um animal bestial junto ao seu trombone, o cara simplesmente soa como as trombetas do apocalipse, se estas fossem jamaicanas e cheias de suingue e sacanagem, além de cantar e fazer dancinhas pra lá de bizarras, ainda por cima tem cara de bonequinho de desenho animado, um showman nato que fala muito bem português. O rodado e renomado guitarrista Agent Jay suava em bicas, mas muito elegante fazia belas harmonias sem muito esforço. O sax Dave Hilliard é uma lenda viva, deve ter tocado numas 8 bandas de ska, como The Scowfflaws e Hepcat, e é hoje um dos melhores saxofonistas do mundo.

O baixista Marcus Geard dava peso na cozinha com seu bigode Leôncio e seu baixo tocado na vertical; já o baterista Ara Babajian completou o sexteto coeso e que prima pela perfeição. A banda fez um show de quase 2 horas, com hits como Have the Time, Watch This, Married Girl, I Still Love You, How It Fells, Sarah, Walking On, Keep It Sample, The Same Everyday e algumas do disco novo The Great Rock Steady Swindle, como Because. Muito simpáticos, conversaram com o público, tiraram fotos antes e depois do show com fãs. Acessíveis e carismáticos, em cima do palco a energia pairava no ar, todos com sorriso no rosto, pulando, cantando e dançando ─ banda e público. Impressionou ver e ouvir a qualidade da banda, o poder dos metais, o vocal econômico e sagaz de Vic, além de como ele brinca com a gaita e teclado, a presença forte e postura profissional no palco de uma banda que faz um som simples e com influência dos anos 50, 60, 70, porém moderno, atual, contemporâneo e altamente refinado. Foi uma apresentação inesquecível, todos dançaram e sorriram muito, de alma lavada. Até o próximo.