DE VOLTA À CIDADE MARAVILHOSA


Os rumores de que a etapa brasileira do “Dream Tour” poderia mudar de lugar começaram depois da vitória do potiguar Jadson André na praia da Vila, no último mês de maio em Imbituba. As últimas oito edições da prova foram disputadas em Santa Catarina, mas a partir do ano que vem os melhores surfistas do mundo irão se encontrar novamente no Rio de Janeiro. O palco principal será montado na Barra da Tijuca, com uma segunda estrutura disponível na praia do Arpoador, um dos berços do surf brasileiro, e outra no canto do Recreio dos Bandeirantes. O Billabong Pro Rio (novo nome do evento) terá premiação recorde de US$ 500 mil, além da volta de uma das etapas do ASP Women’s Tour, que distribuirá US$ 120 mil em prêmios. A última vez que a elite feminina veio ao Brasil foi há dois anos, justamente na Barra da Tijuca ─ com vitória da havaiana Melanie Bartels.

Um dos donos dos direitos da prova, o catarinense ex-Top do WCT Flávio Padaratz falou sobre a mudança: “A idéia vinha sendo trabalhada nos últimos dois anos, e o prefeito do Rio de Janeiro ajudou muito. A decisão foi aprovada por todos os envolvidos”.

Desde o início do Circuito Mundial, em 1976, o Rio de Janeiro sempre serviu de palco para a elite do esporte. As ondas do Arpoador receberam os Tops até 1982. A cidade retornou ao calendário em 1988, já na Barra da Tijuca, onde permaneceu até 2001. Em 2002, a prova foi disputada em Saquarema, norte do estado. Momentos marcantes da história do surf mundial aconteceram em ondas cariocas, como o primeiro dos nove títulos mundiais de Kelly Slater, em 1992. Ou a memorável onda que Slater pegou em 1997, na Barra da Tijuca ─ quando ele dropou atrasado, andou fundo dentro do tubo, saiu com a baforada e mandou um longo floater, recebendo nota 10. À época, a onda foi apelidada por Kelly de “Barradoor”.

Mas a vitória do paranaense Peterson Rosa no Rio Marathon Surf Internacional, na Barra, em 1998, certamente foi o momento mais incrível para o público brasileiro. O “Bronco” faturou o título ao virar a decisão contra o australiano Mick Campbell na última onda, levando a multidão ao delírio.

O australiano bicampeão mundial Mick Fanning, que já venceu duas vezes no Brasil (2006/07), está empolgado com o retorno ao Rio de Janeiro: “Os brasileiros são apaixonados pelo surf. Foi muito bom em Santa Catarina, mas confesso que estou animado pela volta do Circuito Mundial ao Rio”, disse Mick. O atual campeão da etapa, Jadson André, também comentou a mudança: “Santa Catarina é um lugar muito especial para mim, pois foi lá que eu conquistei a primeira vitória no WQS e também no ASP World Tour. Gostaria que continuasse lá, mas a troca será positiva”.