Essa é uma onda pouco explorada, principalmente por brasileiros. Quem apresentou pra galera foi o potiguar Rodrigo Jorge. Era um dia de ondas fraquíssimas em Teahupoo quando ele convidou para conhecer este pico realmente especial. Uma esquerda, a uma hora de barco, ao sul de Papeete, que quebra com swell fraco e proporciona surf de quatro a seis pés, de sonho! Não posso divulgar o nome verdadeiro a pedido dos locais. Jolly Vague é como a chama o local Morama. Quem quiser caçar é só começar. Ela está lá, quebrando sozinha... ou quase. Existe outra por perto.
→ Como é o drop?
A onda é rápida, pede um drop meio que botando pra dentro, mas é mais fácil que Teahupoo.
→ É cumprida, curta... quantas manobras?
Não chega a ser uma onda muito longa, mas vi o Alemão de Maresias pegar dois tubos numa só. Aliás, o segundo é o melhor para as fotos, é mais largo. O legal é que permite manobras, inclusive aéreos para finalizar.
→ Melhor época?
Quebra o ano inteiro, só que a melhor época é de julho a outubro, quando o vento está mais fraco.
→ Como ir?
De avião: São Paulo ─ Santiago ─ Ilha de Páscoa ─ Papeete (Tahiti) ─ Mais uma hora e meia de barco até chegar ao paraíso.
Geralmente as pessoas que vão para lá se instalam em casas de família, como a do Morama, um tahitiano que mora em Vairao. Eles cobram mais ou menos 50 dólares a diária, com café da manhã e jantar. A diária do barco para chegar em Jolly Vague custa 100 dólares, podendo ser dividida pra quem estiver na barca. Chegou lá, é só ir atrás da onda.
→ O que levar?
Pranchas pequenas, cordinha curta, um belo calção, protetor solar, óculos escuros e o primordial: água, muita água! Ficar no meio do mar, com 40°C sem água doce por perto, é cruel.
→ Localismo ou crowd?
Crowd quase não tem, mas o localismo é forte. Para ser bem aceito, exige-se humildade.
→ Dias de flat é bom para...?
Quando não tem ondas só da para mergulhar naqueles corais maravilhosos e ficar viajando nos peixinhos coloridos. Existe noitada em Papeete, mas são muito caras. A pegada mesmo, no Tahiti, é o surf. Acordar cedo e dormir muito cedo. Às cinco da manhã já rola a pilha das ondas e às oito e meia da noite o lance é ir deitar. No dia seguinte... mais surf.