E a coisa nesse ano começou da pior maneira possível. Essa semana a porradaria quase comeu lá na Guarda do Embaú. Também já tinha ouvido comentários de um conflito entre pescadores e surfistas no feriado de 1º de maio na praia Central de Garopaba, quando cerca de 100 surfistas foram impedidos de cair na água por pescadores. Policiais foram chamados para intermediar a situação. E isso que a temporada da pesca da Tainha ainda não tinha começado...
Já não é de hoje que estes conflitos existem. E essas discussões como sabemos nunca dão em nada. O Ibama, órgão regulador da pesca no litoral brasileiro, determinou nesse ano um defeso da Tainha prorrogando para o dia 15 de maio o início para a temporada de pesca da espécie, que se estende até o dia 15 de julho.
Independente de portarias, determinações, resoluções, a verdade é que nunca se produziu um estudo cientifico detalhado que comprove que os surfistas espantem os cardumes. Na instrução normativa que trata da pesca da tainha, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), não há qualquer proibição à prática do esporte durante a safra do pescado.
Cabe agora discernimento e bom senso entre pescadores e surfistas para evitar novos confrontos. O sistema de bandeiras foi funcional nos últimos anos e deve voltar a partir do dia 15. É simples: o mar subiu, o surfe está liberado. As ondas estão pequenas, barcos na água.
Agora, proibir o surfe quando também não se pode pescar, aí já é demais. Isso é uma ignorância total.