O tubo é a soma de forças complexas se relacionando. No tubo o surfista está equilibrado na beira da destruição em uma face convexa composta por milhares de toneladas de água, que se contorcem até a ondulação sucumbir para a hidrodinâmica, a força da gravidade e a mudança gradual no contorno da bancada. No tubo, a onda é lançada para frente, jogando sua crista até que o surfista fique completamente imerso numa cápsula de água, um lugar de isolamento e silêncio onde o tempo passa mais lentamente, gota por gota. Onde a sensação de velocidade é reduzida e a percepção torna-se mais aguçada. Para os surfistas, não há nada mais intenso do que estar profundo no tubo, no nosso mundo secreto, invisível da praia, escondidos por um estrondoso lençol d'água e uma explosão de espuma. O tubo é o lugar mais perigoso pra se estar, um erro e a onda irá te arremessar diretamente ao fundo ou te trazer de volta com o lip para te derramar, como numa cachoeira, sobre a mesma bancada sobre a qual você surfava momentos antes. O tubo geralmente dura pouco, talvez três a quatro segundos. Mas sua sensação parece ser mais longa. Grandes tubos ficam na memória para sempre, como se tivessem acontecido ontem. Os tubos superlongos estão na zona dos dez segundos e depois disso, ninguém mais consegue contar; a experiência parece simplesmente não ter fim.
Sensações
Com qual eu vou?!
Escolha o seu brinquedo e divirta-se.
10 perguntas para... Matt Biolos
Falando sobre pranchas, nunca houve um cenário tão borbulhante. Entenda-se essa fervura como o aquecimento dos negócios de alguns enquanto outros derretem no caldeirão globalizado em que vivemos. O shaper Matt Biolos, conhecido por Mayhem, é o CEO e fundador da ...Lost SurfBoards e continua seu trabalho pelo mundo, inclusive no Brasil, onde esteve em novembro.
01. A crise internacional afetou a venda de pranchas?
Sim, deu uma desacelerada, mas nossa marca é forte. Nos EUA somos uma das poucas marcas presentes nas principais lojas e ainda bem no momento. São tempos difíceis e na Europa sabemos que a ...Lost Boards desacelerou menos que qualquer outra. Isso é ao menos um bom sinal. No Japão continuamos acerelando e vejo grandes possibilidades no mercado globalizado.
02. Qual a diferença entre os mercados americano e brasileiro?
Quanto a pranchas o mercado brasileiro é menor e mais exclusivista em geral. As ondas são bem parecidas à costa oeste, quando está baixo e à costa leste com boas ondas e a habilidade dos surfistas está próxima do mesmo nível. Acho que os mesmos tipos de pranchas funcionam em todos os lugares, em ambos os mercados. A autenticidade domina.
03. Os brasileiros estão acustumados a pedir pranchas por modelo ou ainda querem encomendar determinando todas as medidas?
Para mim, nessa viagem, todas as pranchas foram encomendadas por modelo. Os consumidores hoje estão globalmente educados pela internet. Existe uma diferença mínima na maneira em que brasileiros ou americanos pedem suas pranchas atualmente. Muito embora as dimensões negociadas no Brasil sejam um pouco mais finas e estreitas.
04. Quais os modelos de mais sucesso aqui?
Bom, o mais popular que fizemos nessa viagem foi o Chris "Psycho" Ward e o Whiplash. O Ward é um modelo fácil de surfar para surfistas normais em ondas moderadas e o Whiplash é bom para surfistas rápidos e leves fazerem curvas. Ele é surpreendente em ondas mais porrada. Fizemos muitos Roundnose Fish e até o novo Rocket encontrou seu caminho para o Brasil no boca a boca.
05. Mas existem alguns ajustes nos modelos ou são exatamente os mesmos?
Os mesmos. Muito embora quando estive no Brasil dessa vez eu tenha dado uma afinada em vários dos meus designs. É sempre uma ótima oportunidade para me focar apenas em shapear e pegar algumas ondas por dia. Gosto muito dessas "shape trips"... mesmo que as ondas sejam apenas mais ou menos.
06. A ...Lost fabrica pranchas ou parte delas fora do país para vender no mercado doméstico?
Nós agora temos um acordo com a Firewire, onde eles aplicam e produzem tecnologia FST nos meus designs. Nós começamos com dois modelos em quantro tamanhos e esse é um projeto muito empolgante. É uma coisa exclusiva. A ...Lost agora é a única marca além deles mesmos a ter acesso à tecnologia Firewire. Essas pranchas são feitas fora do país.
07. Qual o preço médio de uma prancha nas lojas?
Nas lojas dos EUA uma ...Lost Board fica entre U$500 e U$700.
08. As pranchas tipo "made in China" incomodam?
Sim, mas não tanto quanto antes porque esse negócio realmente diminuiu muito e esses palhaços estilo "grana rápida" que as produziam estão ficando frustrados e mudando para outros mercados e tentando outros negócios. Os surfistas de verdade estão todos voltando à realidade, se é que um dia a deixaram: eles respeitam os autênticos construtores de pranchas.
09. Você tem enfrentado muita pirataria no Brasil?
Eu tenho visto muito pouco, mas se alguém no Brasil quiser tentar... podemos contratar um "capanga" para fazer uma visitinha a esse tipo de gente.
10. Você tem feito pranchas convencionais, com longarina no meio, resina de polyester e poliuretano ou a configuração está mudando?
Pranchas com longarina, resina polyester e poliuretano. Esse é 80% ou mais do nosso negócio.
Florianópolis Cine Action
No próximo dia 30 de abril, o Centro de Eventos da UFSC receberá os principais produtores de audiovisuais de esportes de ação na natureza do Estado e do país para o lançamento do Florianópolis Cine Action. O evento, cujo objetivo é reunir estudantes de cinema, simpatizantes do esporte, mídia e empresariado local, será uma prévia do festival mundial de audiovisuais de esportes de ação na natureza, programado para ocorrer no final de 2009, em Florianópolis, com seis dias de exibição de vídeos, palestras e debates a respeito do tema.
Quem não berra não é ouvido
TOW IN: Evolução ou ameaça?
"Tem graveto hoje?". Esta é uma expressão usada pelos towsurfers quando conversam entre si, a fim de saber se tem alguém pegando onda na remada, principalmente quando as ondas atingem a casa dos 2 metros na praia de Maresias, litoral norte de São Paulo. Nestas condições, é praticamente certa no outside a presença de um grupo que cresce a cada temporada, as duplas de tow in. E se os "gravetos" estiverem na água, que fiquem bem espertos para não virar palitinhos de dente.
Todos concordam que algo precisa ser feito, tanto para regulamentar o tow in como para encontrar um entendimento entre as partes conflitantes. Ilegal ou não, em Maresias (e em algumas praias de Santa Catarina e Rio de Janeiro) o tow in é uma realidade.
Para chegar a um consenso, algumas reuniões foram feitas entre a Confederação Brasileira de Tow In, as associações locais e o Corpo de Bombeiros de Maresias para debater o assunto. As opiniões ainda divergem e nada está definido, mas alguns caminhos já começaram a ser traçados.
A idéia de fechar uma área para os towsurfers não foi bem aceita pela comunidade local, segundo Alex Leco, presidente da Associação de Surf de Maresias.
Diz Dim Howe, chefe de operações dos salva-vidas e do Honolulu Ocean Safety: "O tow in em ondas grandes é um esporte que mistura elementos do surf e navegação. É imperativo que os towsurfers respeitem e acatem todas as regras, não apenas pela segurança deles e dos outros, mas para garantir a permanência e a boa reputação do esporte perante a sociedade e o Estado. Em lugares como Califórnia e África do Sul, existem várias restrições à prática do tow in, sendo que em alguns locais nesses países ela é proibida. Na Austrália e no Hawaii, as leis que regem a prática do tow in são bem parecidas.
• praticar tow in somente em condições extremas;
• no Hawaii, só é permitido mediante a autorização oficial do National Weather Service (NWS), em ondas acima de 8 metros;
• não deve haver surfistas de remada na área escolhida. Manter-se pelo menos 200 metros de distância de outras pessoas ou embarcações;
• os pilotos e as máquinas dever ser devidamente registrados e habilitados nas entidades competentes de cada país;
• puxar apenas um surfista por vez e levar no jet-ski todos os equipamentos de segurança disponíveis, como prancha de resgate, corda, kit de primeiros-socorros, ferramentas, rádios de comunicação, entre outros.
Segredos de Pipeline
O espírito da matéria
Apesar do senso poético que norteia minha vida, sempre questiono qual a melhor definição pra surf de alma. E pra outra pérola do nosso esporte: "o verdadeiro espírito do surf". E nesse caso, como seria o "falso espírito do surf" ou o "surf sem alma". Essas definições são tão concretas quanto o meio onde se desenvolve o surf. Tudo é extremamente relativo.
Pacasmayo, Peru
POEMAPE → Direitas e esquerdas. Fundo de pedra, bom com pouco vento e maré cheia.
EL FARO → Esquerdas quilométricas em fundo de pedra, vento sudoeste e maré seca.
Abril a julho.
Avião até Lima e ônibus até Pacasmayo. O ônibus custa m média 65 soles (equivalente a R$41,50) e mais dez soles (R$6,40) por prancha.
Parafina de água gelada, protetor solar, roupa de borracha e roupas quentes para a noite. Se tiver adesivos e camisetas locais, levem, pois os peruanos adoram.
Existem várias pousadas com todas as refeições na média de U$12 a U$16. As mais freqüentadas por surfistas são El Cazador, El Mirador e Los Faroles.
Não pegue o táxi em Lima sozinho. Água, somente se for mineral. Se for comer algo enlatado, lave bem, pois o saneamento básico é precário.
Bryan Franco
Clube do Surf-Arte
O mais completo site de artistas e fotógrafos do surfe mundial, o Club of the Waves é um colírio para os olhos e aditivo para a mente. Portfolios, entrevistas e debates recheiam esse link único que vai muito além do ato de surfar. Belíssimo caminho para quem deseja se iniciar na arte de capturar a essência e beleza das ondas e seu entorno. Ainda mais porque o club traz ricos tutoriais para ensinar até a desenhar nossos sonhos, as ondas.
Absolute Mexico
É difícil imaginar nos dias de hoje que um bom video de surf pode ser feito com imagens captadas durante um único swell, mas é exatamente isso que acontece na nova produção do americano Josh Pomer, "Absolute Mexico". O vídeo se concentra em apenas dois picos: Barra de La Cruz e Puerto Escondido, duas das melhores e mais conhecidas ondas mexicanas. A ação começa em Barra de La Cruz, durante o swell que marcou um dos melhores eventos de todos os tempos no WCT: o itinerante Rip Curl Pro de 2006. Com imagens do campeonato e do free surf, o DVD é um testamento da nova era no surf mundial; a performance dos Top 45 numa onda tão tubular e intensa é absurda. O que mais impressiona são os tubos quilométricos e a radicalidade, verticalidade e agressividade dos melhores do mundo a cada manobra. Parece que quando agrupados numa das melhores direitas do planeta, os Tops elevaram seu surf a um patamar poucas vezes visto, tanto que Parko afirma que aqueles foram os melhores dias de surf de sua vida. Destaques para Taylor Knox, Taj Burrow, Bruce e Andy Irons, os irmãos Hobgood e Bobby Martinez, que estraçalha de backside. A segunda parte se concentra em Puerto Escondido, que quebrou grande e perfeita na mesma ondulação. Com morras de quase 30 pés de face, a festa foi da galera de tow in, com destaque para a bomba de Sean Collins, que lhe rendeu o prêmio máximo do Billabong XXL e para o go for it de Danilo Couto, que dropa algumas bombas e ainda leva uma das vacas mais sinistras já filmadas em Puerto. Com ótima trilha sonora, com David Parsa, Brandon Bristow e Delinquent Habits, entre outros, e um surf de primeiríssima qualidade, "Absolute Mexico" é pura instigação.
Ondas de amor e pureza
Poucos artistas conseguiram retratar o surfe no Brasil com tanta originalidade, beleza e verdade como a carioca Mariana Massarani, 42 anos, formada em desenho industrial na UFRJ, ilustradora e autora de renomados livros infantis. Bebendo da pureza da infância, ela vem fazendo um álbum constantemente renovado das emoções e sensações do ato de surfar. Ela até já escreveu e desenhou um livro só de surfe, o delicioso "Aula de surfe" (Global Editora), e não pára por aí. Em seu blog-diário, Mariana está sempre mandando um desenho novo, irado e único. Ver seus desenhos é como redescobrir o que sentimos naqueles instantes inesquecíveis em que nos apaixonamos pelo mar e suas princesas, as ondas. Ah, a artista pega onda também. "Aprendi na escolinha do Rico, com um cara que faz toda a diferença, o professor Zé Roberto".
Conversei com Mariana por e-mail e ela revelou um pouco mais sobre sua vida na arte e no mar.
01. Como surgiu a idéia de fazer o livro "Aula de surfe"? Você surfa? Onde?
Comecei a fazer aula com 42 anos. E nunca me senti tão feliz na minha vida. Quando eu chegava em casa sentia a maior vontade de desenhar como tinha sido o dia. A aula era um barato, tinha criança de toda idade e coroas homens e mulheres, todo mundo amarradão. Geralmente vou à praia na Barra da Tijuca, no posto 4, aonde fica a escolinha e a água é mais limpa.
02. O que é surfar para você?
Uma das melhores coisas do mundo. Gostaria de ter começado quando eu era criança. Os surfistas são as pessoas mais felizes do mundo.
03. Você consegue passar bem demais o prazer em aprender a surfar no livro. Quais os alunos que mais gostaram de aprender a surfar?
Vi lá na escolinha do posto 4 na Barra todo mundo muito feliz. Pais com filhos e algumas poucas mães que também faziam aula. Apareciam muitos gringos também. No fim de cada aula está todo mundo com um sorriso incrível, lado a lado da cara.
04. O livro "Aula de surfe" foi adotado em alguma escola? Pensa que seria um bom título para ser trabalhado em sala de aula?
Não sei se foi adotado, mas uma estória que se passa numa praia, num país com esta costa toda, sobre um esporte bacana e ainda mais sobre uma família que surfa, tem uma empatia boa com o jovem leitor. Botei até um pequeno dicionário de surfe no final!
05. Há em seus desenhos muita cor e um traço original e belo, além do sabor de infância e juventude em cada desenho e personagem. Como esses elementos se casam com o surfe?
Essas aulas e dias que passei na praia tentando surfar me inspiraram mesmo. Nunca tinha sentido vontade de botar no papel o que acontecia comigo, assim tipo um diário gráfico. Tentei desenhar mesmo o que eu via.
06. Você vive das ilustrações e livros que escreve ou possui outros trabalhos também?
Só vivo de desenho! É uma sorte bem grande!
*Quem quiser conferir mais da arte da Mariana, entra em 2 links:
Blog Muitos Desenhos
Flickr da Mari
Rip Curl Pro Bells Beach
O australiano Joel Parkinson ficou com o título do Rip Curl Pro 2009, etapa do World Tour disputada em Bell's Beach, Austrália.
Em sua 15a final na história do World Tour, Parko derrotou o local Adam Robertson pelo placar de 17.40 a 13.37 pontos.
Pela vitória, o aussie embolsa US$ 40 mil e soma 1200 pontos no ranking do circuito mundial. É o segundo título consecutivo de Parko na temporada.
O aussie balança o sino em Bell's pela segunda vez na carreira ─ a primeira foi em 2004, quando bateu Taj Burrow na decisão. Agora, o aussie conta com oito vitórias na elite mundial.
A próxima etapa do circuito mundial acontece entre os dias 9 e 20 de maio, nas temidas esquerdas de Teahupoo, Tahiti.
Maya Gabeira
Nada é impossível
No mundo das ondas, não há nada que transmita mais informações novas e belas que os blogs de surfe. Essa história formidável foi pescada pelo sempre atualizado blog Surf 4 Ever. É sobre um cara que emocionou o Hawaii ao surfar sem membros. Sem as pernas e braços. O lutador chama-se Nick Vujicic. Ele roda o mundo inspirando as pessoas a viver. Ao pegar onda, ele iluminou caras que pensavam que já tinham visto tudo na vida, os legends locais Lance Hookano e Tony Moniz. Ah, quem ajudou também foi a guerreira Bethany Hamilton, a menina que perdeu um braço surfando (tubarão) e não desistiu. Confiram a história no blog gringo The Ride.
Marthen Pagliarini
O amor pelo surf veio até mesmo antes de Marthen nascer. Os pais já eram surfistas, portanto o cenário de praia, sol, mar e ondas sempre esteve presente em sua vida. Cresceu com os pés nas areias do Santinho, norte da ilha de Florianópolis.
O surf moderno nasceu na Califa?
Rip Curl Pro Bells Beach - Womens
Depois de bater na trave em seis tentativas, a cearense Silvana Lima finalmente sentiu o gosto da vitória no World Tour.
Neste domingo, a atleta derrotou a australiana Stephanie Gilmore na final do tradicional Rip Curl Pro 2009, em Bell's Beach, Austrália.
Com um verdadeiro show na decisão, Silvana arrancou notas 9.17 e 8.17 logo nos primeiros minutos de bateria.
Pela vitória, Silvana embolsa US$ 12 mil e soma 1200 pontos no ranking mundial.
A cearense agora é a vice-líder do ranking com 1560 pontos, atrás apenas de Stephanie, isolada na ponta da tabela com 2172.
"Já bati na trave seis vezes. Chorei muito, fiquei chateada, mas acreditava que um dia ia chegar meu momento, que ia poder ser campeã. Deus me deu um belo presente. Demorou, mas chegou num dos melhores campeonatos do Tour", comemora Silvana, primeira brasileira na história a tocar o sino em Bell's.
Silvana, a melhor.
"Você tem a impressão que qualquer coisa pode acontecer quando a Silvana Lima fica em pé numa prancha de surf."
"No barco, ela ficava na dela meio quieta, sociável, mas reservada. Mas, na água tudo mudava. Quando chegava à arrebentação, ela começava a rir, ficava empolgada, dava aéreos e passava a completá-los."
"Ela tomava algumas das piores surras da viagem pelas suas tentativas, mas sempre remava de volta para tentar denovo até conseguir."
"No barco, o respeito pelo talento da Silvana era sempre aparente. Era como se a Coco e a Malia só davam aéreos por causa da Silvana e você podia notar o quanto elas prestam atenção na Silvana."
O apanhador de ondas
"Fôlego" (Ed. Argumento), do australiano Tim Winton, está sendo considerado "O Apanhador no campo de centeio" desta geração. O célebre livro do americano J.D. Salinger, clássico sobre a formação de um adolescente em desajuste com a escola, família e mundo nos EUA dos anos 60 ganhou um surpreendente sucessor. Surpreendente porque conquistou a crítica do mundo todo com a história de um surfista, Pinkelet. Este tímido menino aussie descobre a beleza, magia e perigo de surfar junto do louco companheiro Loonie. Ambos são inspirados por um misterioso guru local das ondas, Sando, que vive com sua amargurada mulher americana, Eva, em uma casa de madeira rústica e bela escondida nas montanhas defronte de um pico mágico do oeste australiano.
"Era difícil imaginar morte quando à sua frente estavam aqueles caras dançando pela baía, com um sorriso na cara e o sol batendo no cabelo. Eu era menino e não sabia como colocar aquilo em palavras, porém mais tarde entendi o que capturou a minha imaginaçã naquele dia. O quanto era estranho ver aqueles homens fazerem algo belo. Algo sem sentido, algo elegante, como se ninguém estivesse vendo, como ninguém se importasse. Em Sawyer, uma cidade de operários de serraria, lenhadores e criadores de gado, com um açougue e um banco rural ao lado do posto de gasolina da British Petroleum, os homens faziam coisas sólidas, práticas, a maioria trabalhos manuais... não havia muito espaço para a beleza nas vidas dos nossos homens.
[...]
Sempre vou me lembrar da minha primeira onda naquela manhã. O cheiro de parafina, da salmoura, dos arbustos. A maneira como a ondulação se avolumou embaixo de mim, como um corpo que se enche de ar. O modo como a onda me impulsionou para a frente e como fiquei em pé, patinando com o vento gerado pelo impulso passando pelas minhas orelhas. Eu me inclinei contra a parede de água e a prancha me obedeceu como se fosse parte do meu corpo e da minha mente. A névoa dos borrifos de água. As infinitas faíscas de luz. Lembro daquela figura solitária me observando na praia e o vulto do sorriso de Loonie quando passei voando: eu estava embriagado. E embora eu já tenha vivido o bastante para ser o velho que sou hoje... ainda julgo cada momento de alegria, cada vitória e revelação à luz daqueles poucos segundos de vida".
Game e Blog nas ondas noveleiras
Sites Verdes
Super Tubes Foundaion → Uma organização sem fins lucrativos dedicada à preservação das duas e praias de Jefreys-Bay. A iniciativa conta com o apoio de vários surfistas profissionais em todo o mundo.
Recicloteca → O site trata de temas sobre reciclagem, coleta seletiva e dá dicas para evitar o desperdício.
Save The Waves → ONG dedicada à proteção e preservação de ondas e reefs espalhados em todo o planeta.
Lixo → Encontre informações sobre práticas sustentáveis relacionadas ao destino que você pode dar ao seu lixo. Pequenas ações fazem grande diferença.
Pescadores podem ajudar a "limpar" os mares
A última viagem do Surfista Prateado
"Eu sou Norrin Radd. O Surfista Prateado. Detentor do poder cósmico, outrora arauto de Galactus, o devorador de mundo. Já viajei pela galáxia, vi mais estrelas do que outros olhos poderiam esperar testemunhar numa centena de vidas. Mas eu contemplo a cena diante de mim com o espanto de um recém-nascido...". Essas são as palavras iniciais da belíssima história "Réquiem", sobre o mais nobre e idealista homem das ondas, o Surfista Prateado. A graphic novel (HQ) em duas edições da Marvel traz uma inquietante narrativa sobre os últimos dias de vida do herói.