Surfistas viciados em adrenalina se desdobram diante das previsões de bóias de medição oceânicas para encontrar a maior onda do planeta.
O atual mito é a onda de 100 pés, que equivale à altura de um prédio de dez andares, nunca antes surfada. Já parou pra pensar na força desse vagalhão? Muitos surfistas se preparam para esse grande desafio, mas será que algum deles já se imaginou surfando algo com volume de água 5.000 vezes maior?
Uma onda bem menor que Jaws, em altura, porém, bem maior em largura; um outro gigante, capaz de devastar cidades e desaparecer com milhares de pessoas. Como a tragédia que aconteceu semana passada, na Ásia.
O tsunami com certeza não atinge os 100 pés de altura, que acreditam poder alcançar um dia a onda de Cortes Bank, mas sem dúvida é a mais tenebrosa onda do planeta, aquela na qual ninguém gostaria de se pego desprevenido, ou... poderíamos dizer... sem sua prancha?
QUEM SE AVENTURA?
Na tentativa de entender como seria essa loucura, algumas pessoas até comparam a idéia com surfar uma pororoca gigante. Seria preciso uma prancha com flutuação bem maior para suportar a força das suas águas e também a ajuda de potentes jet-skis, pois o tsunami é 20 vezes mais rápido que a onda comum. Tomar cuidado para não trombar com troncos de árvores e pedaços de casas no meio do caminho também não seria exagero, já que o tsunami avança a 800 km/h pelo oceano e, quando chega à costa, varre como uma avalanche praias e cidades, arrastando detritos.
Isso mesmo, uma avalanche. Essa é a forma de um tsunami, uma enorme espuma branca... Já pensou perder sua prancha por ali?
Fui pesquisar se haveria algum candidato para tal loucura, e descobri um voluntário a cair na água no meio de uma grande tormenta. Ele contou na reportagem que "numa onda de maremoto eu iria, mas teria de ser de tow-in e com um bom parceiro me rebocando. Já caí no mar no meio de um furacão no México. Tinha 25 pés de onda, e fui o único a estar ali". Além disso, ele completa "mas o tsunami mesmo eu não sei se daria para surfar, porque a onda não tem parede e a espuma dele te varre".
Já que a tarefa parecia inviável, fui ver se valeria a pena sair a bordo de um jet-ski ou barco a motor procurando um lugar em alto-mar, onde talvez seria possível surfar o tsunami. Ao perguntar a um amigo e estudante de oceanografia, ele diz não acreditar que esse lugar exista, porque a formação do tsunami é diferente à de uma onda comum. "O tsunami em alto-mar é uma ondinha muito baixa e que não quebra. Tanto que ele pode até passar despercebido".
Mas é interessante imaginar o surf sobre um tsunami. O peruano Felipe Pomar certa vez disse ter realizado a proeza, em 1974, numa ilha próxima de Lima, capital do Peru. Ele e o amigo Pitti Block estavam no mar, pegando ondas de 1 metro, quando o local foi atingido por um violento terremoto. Os surfistas foram sugados por quase 2 quilômetros oceano adentro, e meia hora depois Pomar teria conseguido pegar e surfar um tsunami de 3 metros até a praia. "Remei através dos destroços e cheguei a terra. Pitts chegou um pouco depois. As pessoas vinham correndo dos morros, sem acreditar que estávamos vivos", contou Pomar, anos depois, em uma entrevista na revista Surfer.
O atual mito é a onda de 100 pés, que equivale à altura de um prédio de dez andares, nunca antes surfada. Já parou pra pensar na força desse vagalhão? Muitos surfistas se preparam para esse grande desafio, mas será que algum deles já se imaginou surfando algo com volume de água 5.000 vezes maior?
Uma onda bem menor que Jaws, em altura, porém, bem maior em largura; um outro gigante, capaz de devastar cidades e desaparecer com milhares de pessoas. Como a tragédia que aconteceu semana passada, na Ásia.
O tsunami com certeza não atinge os 100 pés de altura, que acreditam poder alcançar um dia a onda de Cortes Bank, mas sem dúvida é a mais tenebrosa onda do planeta, aquela na qual ninguém gostaria de se pego desprevenido, ou... poderíamos dizer... sem sua prancha?
QUEM SE AVENTURA?
Na tentativa de entender como seria essa loucura, algumas pessoas até comparam a idéia com surfar uma pororoca gigante. Seria preciso uma prancha com flutuação bem maior para suportar a força das suas águas e também a ajuda de potentes jet-skis, pois o tsunami é 20 vezes mais rápido que a onda comum. Tomar cuidado para não trombar com troncos de árvores e pedaços de casas no meio do caminho também não seria exagero, já que o tsunami avança a 800 km/h pelo oceano e, quando chega à costa, varre como uma avalanche praias e cidades, arrastando detritos.
Isso mesmo, uma avalanche. Essa é a forma de um tsunami, uma enorme espuma branca... Já pensou perder sua prancha por ali?
Fui pesquisar se haveria algum candidato para tal loucura, e descobri um voluntário a cair na água no meio de uma grande tormenta. Ele contou na reportagem que "numa onda de maremoto eu iria, mas teria de ser de tow-in e com um bom parceiro me rebocando. Já caí no mar no meio de um furacão no México. Tinha 25 pés de onda, e fui o único a estar ali". Além disso, ele completa "mas o tsunami mesmo eu não sei se daria para surfar, porque a onda não tem parede e a espuma dele te varre".
Já que a tarefa parecia inviável, fui ver se valeria a pena sair a bordo de um jet-ski ou barco a motor procurando um lugar em alto-mar, onde talvez seria possível surfar o tsunami. Ao perguntar a um amigo e estudante de oceanografia, ele diz não acreditar que esse lugar exista, porque a formação do tsunami é diferente à de uma onda comum. "O tsunami em alto-mar é uma ondinha muito baixa e que não quebra. Tanto que ele pode até passar despercebido".
Mas é interessante imaginar o surf sobre um tsunami. O peruano Felipe Pomar certa vez disse ter realizado a proeza, em 1974, numa ilha próxima de Lima, capital do Peru. Ele e o amigo Pitti Block estavam no mar, pegando ondas de 1 metro, quando o local foi atingido por um violento terremoto. Os surfistas foram sugados por quase 2 quilômetros oceano adentro, e meia hora depois Pomar teria conseguido pegar e surfar um tsunami de 3 metros até a praia. "Remei através dos destroços e cheguei a terra. Pitts chegou um pouco depois. As pessoas vinham correndo dos morros, sem acreditar que estávamos vivos", contou Pomar, anos depois, em uma entrevista na revista Surfer.