Billabong Pro Jeffrey's Bay 2010

JORDY SMITH CONQUISTA A PRIMEIRA VITÓRIA NO WORLD TOUR AO DERROTAR O AUSTRALIANO ADAM MELLING NA FINAL DO BILLABONG PRO JEFFREY’S BAY 2010, DISPUTADO NA ÁFRICA DO SUL. SMITH DEFENDE A LIDERANÇA DO RANKING NA PRÓXIMA ETAPA, NO FIM DE AGOSTO NO TAHITI, COM TAJ BURROW E KELLY SLATER NA COLA.

Se no futebol a seleção sul-africana não conseguiu deixar o troféu de campeã em casa, no surf a história foi diferente. Depois de Jadson André vencer na praia da Vila em seu ano de estréia no Tour, finalmente chegou a vez da promessa sul-africana Jordy Smith faturar sua primeira vitória, também no quintal de casa, na terceira temporada dele na elite. Uma semana antes, Jordy vencera a tradicional etapa do WQS em Durban. O feito em J-Bay, que marcou o retorno de um sul-africano ao topo do pódio no WT, incendiou a torcida local e confirmou a ascensão da nova geração no Circuito Mundial. Smith está na liderança do ranking principal na corrida pelo título mundial, com os veteranos Taj Burrow, em segundo, Kelly Slater, em terceiro, Dane Reynolds, em quarto, e o brasileiro Adriano de Souza na quinta colocação.

A próxima etapa, de 23 de agosto a 3 de setembro no Tahiti, irá colocar a prova a força dos novos talentos contra a experiência de Slater, Parko, Burrow, Fanning e outros tuberiders consagrados nos poderosos tubos de Teahupoo.

A prova africana é uma das mais badaladas do Tour e este ano, o primeiro dia de competição justificou a boa fama de J-Bay. Expressos de 6 pés, com sol e vento terral, presentearam atletas e público com pistas perfeitas para manobras arrojadas e tubos de tirar o fôlego, como o surfado por Jay Thompson na repescagem que valeu a única nota 10 do evento depois o swell perdeu força e os organizadores decidiram acelerar o cronograma para aproveitar as condições, já que a previsão não era animadora.

A campanha de Jordy Smith foi impecável do começo ao fim e confirmou o favoritismo do local nas direitas de Jeffrey’s. Venceu na estréia sem sustos e passou tranqüilamente por Nate Yeomans na terceira fase. Depois eliminou o estreante Owen Wright nas oitavas numa bela disputa, com notas 8.60 e 9.27. Nas quartas de final, Jordy não teve trabalho para despachar Mineirinho, que vinha de boas apresentações, mas não conseguiu superar o conhecimento do pico do adversário.

A semifinal, contra Bede Durbidge, foi o momento decisivo: o australiano liderou a disputa até o fim e só nos últimos quatro minutos Jordy conseguiu sair de uma combinação de notas para virar o resultado a seu favor. A virada deu a confiança que ele precisava para atropelar o aussie Adam Melling na final. Nas duas primeiras ondas que surfou, Smith somou notas sólidas (8.90 e 9.03) para ficar com o troféu de campeão.

É o melhor dia da minha vida. O apoio da imensa torcida na praia e o som das vuvuzelas só me deram mais motivação para buscar a vitória em casa. Parece que eles estavam me empurrando nas ondas e eu não poderia decepcionar essas pessoas”, disse Jordy, 22 anos, muito emocionado. “O swell estava morrendo e eu tinha de tirar proveito de cada onda que viesse. O Adam é um surfista perigoso e se pegasse as ondas poderia reverter o placar, então eu tinha que abrir bem a bateria para controlar a vantagem até o fim”. Sobre a inédita liderança no ranking, ele foi cauteloso: “É um sentimento diferente. Perseguir a liderança é uma coisa, e defender é outra, bem diferente. Temos um longo ano pela frente até o encerramento da temporada”, concluiu Smith, que faturou US$ 50 mil de prêmio e somou 10 mil pontos no ranking.

Para chegar à final, Jordy contou com a ajuda do conterrâneo Sean Holmes, convidado em muitas etapas de J-Bay e eterno carrasco dos Tops. Este ano, ele tirou da prova nomes como Jadson, Kelly Slater e Andy Irons.

O resultado da etapa em Jeffrey’s Bay se alinhou com o desfecho da Copa do Mundo na África: assim como a seleção da Espanha, Jordy Smith ainda não tinha um título, colecionava algumas derrotas inesperadas e vinha sendo incluído na lista de favoritos pelas performances modernas. A única diferença é que a “Fúria” espanhola não competiu em casa, mas em J-Bay deu Bafana-Bafana na cabeça.