“Junte oito aerialistas brasileiros da nova geração. Aprisione-os em uma Kombi destruída, apresente condições lastimáveis de alimentação e acomodação. Percorra 6.000 quilômetros procurando ondas propícias para ‘airtricks’. E filme tudo”. Com esta proposta, a Weird produziu seu mais novo vídeo ─ “Drive’n Throw Up”. Como já é de se esperar da marca paulista, o DVD é repleto de diversão, zoação e subversão ─ tudo muito cru e trash. E é óbvio, muito surf aéreo de cair o queixo. Destaque para Generik, Etam Paese, René Oliveira, Caetano Vargas, Felipe Sapu e P. Thomaz, entre outros. Como os próprios produtores explicam, esse vídeo é um mix de “muitos aéreos, trilha sonora devastadora e a realidade nua e crua do surf underground nacional”.
Universo em expansão
O tamanho da quilha também influencia no desempenho. Para surfar com uma quilha só, prefira as maiores e com base mais larga, ideal para ondas menores. Se a onda estiver com tamanho médio e cavada, desista da mono. Coloque uma quilha média e estabilizadores, que vão garantir a segurança nas curvas mais fortes. Geralmente é assim que funciona, mas para toda regra existe exceções.
Enfim, surfar de longboard está cada vez mais interessante, graças a essas variações de quilhas, fundos, curvas e tamanhos. Talvez por isso, cada vez mais surfistas se preocupam em ter um longboard para dar umas caídas de vez em quando. E os longboarders se preocupam em ter um quiver diferenciado, pois sabem apreciar essa diferença entre surfar com um clássico single fin e um long progressivo, principalmente porque conseguem assimilar que o resultado dessas variações é importante para lapidar manobras e, principalmente, estilo. Opções não faltam na hora de fazer um long, converse com um bom shaper e pendure-se.
Cultura de praia Carioca
Chico Buarque não gosta de carregar rótulos, não gosta de rivalidades. Mas, quando lhe perguntaram por que seu novo disco, lançado em 2006, se chama Carioca, usou de fina ironia para dizer: “É uma homenagem a São Paulo”.
Recado aos surfistas brasileiros
Você deve estar olhando para a imagem acima e se perguntando: “O que uma foto de rodeio está fazendo em um site de surf?”. Calma, eu explico. Freqüentemente escuto pessoas falando que jamais ganharemos um título mundial simplesmente porque “os gringos não vão deixar”. Quando cito exemplos de esportistas brasileiros como Zico e Senna que sequer pediram licença para hastear a bandeira no lugar mais alto do pódio, mas ainda escuto que isso se deve ao fato de não dependerem de um julgamento subjetivo.
05 perguntas para... Albe Falzon
PARA QUEM NÃO SABE, O FOTÓGRAFO E CINEGRAFISTA AUSTRALIANO ALBE FALZON É O AUTOR DO LENDÁRIO "MORNING OF THE EARTH" ─ UM CLÁSSICO LANÇADO EM 1972 QUE, ALÉM DE MOSTRAR A DESCOBERTA DE ULUWATU, REPRODUZIU COM MAESTRIA TODO O "SOUL" DO SURF NA ÉPOCA, TORNANDO-SE UM DOS FILMES MAIS INFLUENTES NA HISTÓRIA DO NOSSO ESPORTE. ATUALMENTE COM 64 ANOS DE IDADE, ALBE COMENTOU A INFLUÊNCIA DE "MORNING OF THE EARTH" NO SURF E O PROGRESSO DESENFREADO EM BALI.
01. "Morning of the Earth" é um filme de surf, mas consegue ser algo mais também. Como você diz, é um filme sobre o mundo. Como assim?
O mundo é um lugar lindo, não há dúvidas quanto a isso. Eu sempre vi o planeta como um lugar muito especial, e o surf definitivamente reforça esse conceito. Ser presenteado pelo oceano com um dia ensolarado, ondas perfeitas e golfinhos nadando no outside, é algo muito especial. Ainda mais quando você está em algum pointbreak isolado, longe de grandes cidades, dividindo a beleza natural com seus amigos. Nós temos que ser gratos por poder viver essas experiências. É o Jardim do Éden, ou algo bem próximo a isso. Minha mãe me disse uma vez, quando eu estava começando a surfar e me interessar por fotografia, para “seguir o caminho com coração”. Para mim, “Morning of the Earth” representa isso. Você simplesmente tem que fazer aquilo que ama.
02. O filme foi um marco histórico. Mas você tinha idéia na época o quão influente ele viria se tornar?
Nunca pensei muito no futuro. Ainda hoje, não penso muito no amanhã. Estava mais preocupado em viver o presente. Nós nunca planejávamos nada além do próximo swell. Era isso que nos preocupava, a próxima ondulação. E claro, se teríamos filme suficiente para registrar as sessões e gasolina para correr à costa atrás daqueles pointbreaks incríveis. Filmávamos da maneira que vivíamos na época ─ sem muita preocupação, mas um monte de diversão. Talvez houvesse uma força maior nos ajudando. Certamente eu apenas acompanhei o fluxo das coisas, registrando o que acontecia no caminho.
03. Quando vocês estavam filmando, foram os primeiros a surfar Uluwatu. Aquilo deve ter sido uma descoberta fantástica. Como você vê Bali hoje em dia?
O tempo passa e as coisas mudam, mas as experiências ficam para sempre. A mágica daquela época vai sempre existir. Bali se desenvolveu, mas o povo balinês continua com a mesma essência. E o lugar continua tão lindo e atraente quanto antes, apenas de uma maneira diferente. Você pode olhar para Bali, e se quiser, encontrar aspectos do progresso que não goste. Mas não há como negar que a magia, poder e beleza do lugar ainda existem. Alguém me disse uma vez que se o mundo acabasse, e apenas o povo balinês e tibetano sobrevivesse, teríamos um grande futuro. Concordo com isso.
04. Muito tempo se passou desde os dias de “Morning of the Earth”. Que conselho daria às próximas gerações?
Seja educado. Deixe a melhor onda da série para o seu amigo. Divirta-se. E surfe por Deus.
05. Quais os obstáculos dessas gerações futuras?
Uma vez vi um sinal que dizia: “Faça um favor a si mesmo ─ saia do seu caminho”.
-Q 21
É o quinto e o mais novo filme da marca carioca QUE! Lifestyle. Com produção de Paulo de Castro e Gustavo Camarão, que depois de dois anos gravando imagens lançam o -Q 21, que apresenta os melhores surfistas do Brasil com até 21 anos em alguns dos melhores picos do mundo. A produção impressiona pela qualidade das ondas e pela atitude dos jovens talentos nacionais nas mais difíceis e perigosas ondas do mundo. Jessé Mendes mostra um surfe muito rápido e fluído. Alejo Muniz e Thiago Camarão apresentam uma performance muito versátil e com estilo em qualquer tipo de onda. Jê Vargas, Ricardo dos Santos e Felipe Cesarano são exemplos vivos da palavra atitude e surfam Teahupoo, Puerto e Pipe vindo de Banzai, tirando tubos no limite e tomando vacas impressionantes. O grande destaque do DVD é o mais brasileiro dos uruguaios, Marco Giorgi, que tem provavelmente o clipe mais completo do filme, com um surfe sólido nas pesadas ondas havaianas e em Teahupoo.
MexPipe, Mx
Chegando ao aeroporto de Puerto Escondido não tem mistério. Só há um voo por dia aterrisando lá, então sempre tem umas vans a espera dos turistas. Até a praia de Zicatela custa uns dez dólares no máximo e lá tem dezenas de hotéis em frente a praia, ou bem perto, com preços acessíveis. Você fica na cara da onda, é só atravessar a rua e entrar no mar.
É considerado o melhor beach break do mundo. A praia é bem longa, mas as ondas só são na parte mais a direita na praia, exatamente onde tem os hotéis, restaurantes e lojinhas. O fundo não muda muito, mas a direção da ondulação influencia bastante na onda. Como em todo fundo de areia, muitas ondas fecham. Um fator que ajuda bastante na qualidade dessa onda é o forte terral que venta quase todas as manhãs do ano.
Aqui você terá que preparar um bom quiver se quiser surfar todo o tamanho de onda. Desde a maroleira dia-a-dia do Brasil até uma gun 9'. Quando o mar sobe dá pra usar pranchas grandes. Não economize em levar pranchas, qualquer toco anda nessa onda.
Leve protetor solar do bom porque o sol é cruel. Se puder pegue um quarto com ar-condicionado, é um ótimo investimento do seu dinheiro. As pranchas lá são muito baratas, tanto nas lojas quanto da galera que vai indo embora, muitas vezes vale mais a pena adquirir algumas lá do que pagar as taxas para embarcar as suas. Por ser fundo de areia a onda parece fácil, você fica confiante demais e, muitas vezes, acaba se machucando. Tome cuidado! Há poucos locais e não são muito fominhas, mas respeite, pois você está no México!
Mixed Tape
"Mixed Tape" celebra o ano de sonhos do "rookie" Bobby Martinez no WCT em 2006. Ele não só terminou entre os cinco melhores do mundo, como conseguiu o inédito feito de vencer duas etapas ─ Teahupoo e Mundaka ─ em seu primeiro ano na elite. Filmado nos quatro cantos do planeta, o DVD segue Bobby pelo Tour e mostra suas experiências, expectativas e, é claro, inúmeras sessões de surf. As entrevistas com seu pai, seus amigos e colegas (entre eles Mick Fanning e Damien Hobgood) são interessantes, assim como as sessões em Rincon quando criança e numa boca de rio super cavada na Califórnia. O DVD mostra um pouco da intimidade de Bobby, e de como o surf foi uma saída para o violento cotidiano do bairro mexicano em que cresceu. Ainda tem altas ondas em Bali e um momento hilário do balinês Betet Merta tentando dar uma entrevista em inglês.
FoQue!iu Too
Quem esperava um filme nos moldes de seu antecessor, irá se surpreender. "FoQue!iu Too" vem com uma trilha sonora contemporânea e de primeiríssima qualidade ─ com psicodelia, rock e principalmente uma ótima variedade de batidas eletrônicas. Além de dias épicos no Brasil ─ principalmente em Noronha e Itacoatiara ─ o dvd conta com boas seções no Tahiti, México, Indonésia, El Salvador, Austrália e Peru ─ o que dá um feeling mais peregrino à produção. Com a nata do surf nacional, a ação é alucinante. Destaques para Bruno Santos gigante, Stephan Figueiredo em Teahupoo, Trekinho esbanjando estilo no Peru e Noronha, os irmãos Vargas em Puerto Escondido, o power de Guilherme Sodré, a versatilidade de Sininho e as manobras de Marcos "Sifu" e Guilherme "Tripa". Tem ainda momentos irados de James Santos, Rodrigo "Baby", Binho Nunes, Danylo Grillo, Léo Hereda e William Cardoso. Isso sem esquecer do eterno "Pimp", Ruy Costa. Concentrando-se no que interessa ─ tubos, aéreos e manobras fortes ─ o dvd é um espelho do melhor que o surf brasileiro tem a apresentar. O bônus traz Andy Irons, Kelly Slater e cia. arrepiando em Teahupoo, além de mais surf pelo Brasil e pelo mundo. Mantendo a identidade da Que! ─ mas num pacote novo e mais elaborado ─ "FoQue!iu Too" é uma ótima pedida.