→ Caribe:
Embora não seja um destino tão comum entre brasileiros, o Caribe possui ondas de qualidade. A ilha de Barbados, no extremo sudeste do arquipélago, é uma das mais consistentes e abriga vários picos com fundos de coral, pedra e areia. Graças à sua população, formada por africanos, europeus, indianos, árabes e judeus, o país é um verdadeiro mix cultural. O clima e a água são quentes, portanto, não esqueça de protetores solares, bonés e afins. Soup Bowl's, em Bathseba, é a grande vedete ─ uma direita pesada com seções de tubo que pode chegar a 10 pés. Outra boa opção é Puerto Rico, berço do surf caribenho. Conhecido como "o Hawaii do Atlântico", o país é um dos destinos preferidos dos norte-americanos durante o inverno. Nesta época, a costa norte é a mais consistente, graças às ondulações geradas no Atlântico norte, especialmente na região de Rincon, que abriga as famosas ondas de Domes e Três Palmas. As ondas variam entre 3 e 15 pés. O crowd pode ser agressivo, mas a oferta de picos é enorme e, de carro, é possível se deslocar com facilidade. O custo da viagem é acessível para os padrões brasileiros, mas não chega a ser uma trip barata.
→ Fernando de Noronha:
Quem disse que para pegar altas ondas durante o verão brasileiro é preciso sair do país? O apelido de "Hawaii brasileiro" não existe por mero acaso. Nas condições ideias (ondulações de norte), Noronha chega a lembrar o North Shore de Oahu, com a vantagem de estar em nosso quintal. Na alta temporada o custo não é baixo, mas certamente é menor do que ir para o Hawaii. O crowd também existe, mas é suportável, principalmente se as ondas bombarem. A onda mais famosa, Cacimba do Padre, segura ondulações de até 10 pés, que são comuns nessa época, e oferece tubos "à la Pipeline" sobre um fundo misto de areia e pedra. Logo ao lado, a Laje do Bode muitas vezes é comparada com Off The Wall. Já a bancada de pedra do Boldró produz direitas e esquerdas de até 6 pés, no estilo Rocky Point. Com sorte você pode ainda surfar as raras esquerdas do Abras ou da praia do Porto. A partir do meio de janeiro as bancadas costumam ter menos areia. o que favorece a formação das ondas. Se ficar flat, não deixe de fazer o tradicional mergulho de cilindro e, à noite, confira o forró na praia do Cachorro. Mas fique ligado com a taxa de preservação ambiental, que é cobrada diariamente e aumenta (em ritmo acelerado) conforme a extensão da sua estadia.
→ Norte da Califórnia:
A Califórnia oferece opções de ondas para todos os tamanhos de prancha. O norte do estado conta com um clima frio, beleza rústica, natureza praticamente intocada e altas ondas. O epicentro do esporte na região é Santa Cruz ─ uma cidade com uma vibração alternativa que respira surf. Repleta de surf shops, lojas de comida natural e berço de gerações de famílias com tradição nas ondas (e filhos prodígios como Peter Mel e Flea Virostko), Santa Cruz é um verdadeiro paraíso para quem curte um estilo de vida natural, próximo ao mar. "Northern California", como é também chamada a região, conta com diversos picos de fundo de areia, pedra e pointbreaks. No inverno, a água é muito gelada e pede uma roupa de 5mm (gorro, botas e luvas são aconselháveis para os mais friorentos). Mas é justamente nos meses mais frios que rolam mais ondas, que na maioria dos picos variam entre 3 e 10 pés. Mas existem opções para os mais atirados ─ basta lembrar de Maverick's. O frio e a constante presença de tubarões brancos garantem o crowd ameno. E não faltam opções: são mais de 500 picos conhecidos, entre eles Moss Landing, em Monterey; Salmon Creek, em Sonoma; Arcatas Harbour, em Humboldt Bay; e Steamer Lane, a principal onda de Santa Cruz. Se ficar flat, você pode dar um pulo até as montanhas e fazer um snowboard ─ ou treinar seus tricks nas centenas de pistas de skate espalhadas por todo canto. Ação não vai faltar.
→ Portugal:
Adoramos tirar um sarro de nossos irmãos lusos, mas acredite: as ondas de Portugal não são nenhuma piada. De beachbreaks a points, o país tem de tudo um pouco. Os picos mais famosos são Supertubos, em Peniche; Cochos e Ribeira D'Ilhas, em Ericeira; e Carcavelos e Guincho, em Lisboa. No inverno europeu, as ondas variam de 3 a 10 pés e não faltam picos de conseqüência para os mais atirados. O idioma não é problema, mas a água fria pode ser. Portanto, vá previnido com uma roupa de borracha de 4/3mm, pelo menos. Portugal vale a pena porque, além de altas ondas com o menor custo do continente europeu (o que, mesmo assim, ainda é caro para os parâmetros brasileiros), é um destino que combina surf com uma viagem cultural à terra de nossos colonizadores. São não convide aquele amigo mala que vive contando piadas de português ─ por alguma razão, elas não são tão populares por lá. Apesar da fama de bigodudas, as gatinhas lusitanas podem surpreender ─ em caso de emergência, a França e as lindas francesas ficam logo ali.
→ Norte do Peru:
Um dos destinos mais procurados da América do Sul, o Peru possui boas ondas durante praticamente o ano inteiro. No verão, a costa norte é a mais indicada, onde a abundância de esquerdas (em fundos de areia e pedra) faz a festa dos "goofies" com as ondulações de norte. O clima é quente e árido, mas sempre vale a pena levar roupa de borracha, pois as correntes frias podem deixar a água gelada. O tamanho das ondas varia de 3 a 8 pés. Os picos mais famosos, como Mâncora, Órganos e Cabo Blanco, ficam crowdeados. Mas existem alternativas à altura por perto, basta procurar. A região evoluiu muito em conforto e a histórica Machu Picchu pode ser incluída no roteiro. Se faltar onda, dá pra se arriscar no kitesurf ─ vento é o que não falta. Destino próximo e barato. Com a atual "batalha" entre empresas aéreas, as passagens estão cada vez mais acessíveis. Se a grana estiver curta mesmo, dá até pra ir de busão.