PONTO FINAL: AUTÓPSIA DIVULGADA


APÓS MESES DE ESPERA E ESPECULAÇÕES, SÃO LIBERADOS OS RESULTADOS DA AUTÓPSIA DE ANDY IRONS. ATAQUE CARDÍACO E COQUETEL DE DROGAS SÃO APONTADOS COMO AS CAUSAS DA MORTE.



Cerca de 7 meses após a abrupta morte do tricampeão mundial de surf, Andy Irons ─ que foi encontrado morto num quarto de hotel em Dallas, Texas ─ o resultado de sua autópsia foi finalmente tornado público pela família do havaiano, numa carta à imprensa e ao público.

No comunicado, a família Irons explica que de acordo com o laudo apresentado pelo Dr. Nizam Peerwani, médico legista chefe do Condado de Tarrant, no Texas, a principal causa da morte foi uma parada cardíaca; causa secundária, ingestão de coquetel de drogas. Segundo o Dr. Peerwani, as causas apontadas estão diretamente ligadas. As amostras toxicológicas do tricampeão demostraram que Irons havia ingerido o calmante Alprazolam, o analgésico Metadona, metanfetamina e cocaína, horas antes de morrer.

Para fazer uma segunda análise dos resultados, a família contratou outro médico legista, Dr. Vincent Di Maio. Enquanto ele não nega que Andy havia ingerido um perigoso coquetel de drogas, Dr. Di Maio afirma que o ataque cardíaco que o matou foi causado por uma doença coronária hereditária ─ e não pelo coquetel de drogas. Ele explicou que a parada cardíaca foi causada por artérias que estavam endurecidas, com estreitamento de 70% a 80% e que seu coração assemelhava-se a uma pessoa de 50 anos. “A causa da morte foi determinada como natural”, afirma.

De qualquer maneira, o resultado oficial apresentado pelo Condado de Tarrant ─ diferente da interpretação defendida pela família de Irons e seu médico ─ apenas reforça a tese de que o notório e contínuo abuso de substâncias por parte do tricampeão contribuíram para sua morte.

No comunicado, a própria família reconhece que Andy se automedicava, abusava das drogas e tinha uma atitude de alguém que se considerava invencível. “Tendo desafiado as estatísticas tantas vezes anteriormente, Andy pode ter imaginado que embarcar em um avião quando desidratado e assolado por febre, e parar em Miami para encontrar conhecidos, não era nada incomum. Sua personalidade teimosa era parte do que o tornava um surfista e campeão formidável. Assim como outros acostumados a situações extremas, Andy parecia sentir-se ‘à prova de balas’ ─ como se nada pudesse o derrubar. Mas viajar doente e com um problema cardíaco não diagnosticado era mais do que até Andy poderia superar.

Esperamos que as pessoas se lembrem de Andy por sua vida plena, que incluía sua intensa paixão pelo surf e pelo oceano, suas conquistas impressionantes como atleta e sua devoção à família e amigos que tanto o amam. A notícia da causa de sua morte traz de volta o choque e tristeza tremenda que sentimos quando soubemos que Andy havia falecido
”, concluiu a família.

A ASP, por sua vez, não comentou os resultados da autópsia. A entidade mantém sua diretriz em relação aos exames antidoping: se reserva ao direito de conduzir exames em qualquer etapa, bem como permite que o país sede também os execute. Na prática, raramente os Tops são submetidos a qualquer tipo de exame nas etapas no Circuito Mundial.