A INCÓGNITA DANE


O americano Dane Reynolds sempre chama atenção por onde passa ─ seja por suas manobras de outro planeta ou pelo jeito curioso de ser. Mas no último Pipe Masters, o motivo foi outro. Durante todo o campeonato, Dane surfou com uma proteção em seu joelho direito depois de ter se machucado em sua sessão em V-Land ao ser pego por um backwash.

A contusão não pareceu ser muito séria pelo fato do americano ter terminado na terceira colocação. Porém, em janeiro, a assessoria de Dane confirmou que ele seria operado, mas que sua lesão não foi das mais graves: não houve rompimento completo do ligamento, o que faria com que sua recuperação demorasse meses. Mesmo assim, ele não vai participar da primeira etapa do World Tour deste ano na Gold Coast.

Segundo Blair Marlin, manager do surfista, “Dane está se recuperando bem e esperamos que volte para a água em março. Mas, infelizmente, ele pediu para não ser entrevistado sobre sua contusão ou planos para o ano que vem”, disse, via e-mail.

A dificuldade de entrevistar o americano atualmente tem uma razão. Poucos meses atrás, Dane foi entrevistado pelo polêmico jornalista de surf australiano Jed Smith ─ e a repercussão foi repleta de controvérsias. A entrevista, mesmo antes de ser lançada, chocou o mundo do surf. Nela, Reynolds teria dito que largaria as competições em 2011.

Logo que soube do conteúdo da reportagem, o surfista rebateu em seu blog que já havia pensado inúmeras vezes em abandonar o Tour, mas que em nenhum momento afirmou isso ao repórter e ainda acusou a STAB ─ revista onde a entrevista foi publicada ─ de sensacionalista.

Enquanto isso, Smith defendeu seu texto e garantiu que na época que se encontrou com Dane Reynolds, o americano afirmou ─ sem meias palavras ─ que estava penando em parar de competir.

A incógnita permanece: quão séria é a lesão no joelho operado? Recuperado, Dane retornaria ao Tour? Com sua personalidade peculiar, não seria surpresa se ele anunciasse que irá se aposentar.

Enquanto isso representaria uma grande perda para o Circuito Mundial, imagine o que o mais inovador surfista do planeta faria sobre uma prancha, sem ter que limitar-se aos moldes de competição?