Dia de surf


I
maginei que poderia ser divertido. Mas não esperava que fosse surpreendente. “Tá Dando Onda” é uma síntese legal de tudo que já tentaram fazer sobre surf, na visão hollywoodiana, e não conseguiram. “Big Wednesday” e “Nas Mãos de Deus” chegaram perto, mas os pingüins animados da Sony Picture protagonizaram um dos melhores “filmes” de surf que já vi. A produção, que lembra a linha documental de “Riding Giants” misturada a um reality da MTV e transmissões da ESPN, consegue apresentar o surf de forma a agradar quem vive esse universo e elucidar os leigos. A essência está ali. Os ícones transparecem nos personagens e nas imagens que parecem muito mais reais do que todas as tentativas “fake” dos filmes com gente de verdade. A ilha paradisíaca de “Pan Gu” tem o secret perfeito e, do lado oposto, o palco das competições que nos faz lembrar Pipeline, Mavericks e Waimea durante o Eddie Aikau. Há cenas em que você se sente realmente na onda. Caldos monumentais e manobras absurdas. Os estereótipos lembram aquele filme “Surf no Hawaii”, com “o mala local do pico” e a figura lendária, Big Z, que não gosta de campeonatos, sabe tudo de shapes e mantém o real espírito do surf. A consultoria de Kelly Slater e Rob Machado, que na animação viraram pingüins homônimos deles mesmos, foi fundamental para que a história seja repleta de referências, idéias e movimentos facilmente reconhecidos por nós. Toda mitologia do surf está bem representada e passa a mensagem correta através da aventura de Cody Maverick atrás do sonho que, mais ou menos, pertence (ou pertenceu em algum ponto da vida) a todos nós.

Pode parecer coisa de criança, mas acho que esse filme, que foi lançado em outubro de 2007, deu uma bela acelerada no mercado do surf no início de 2008.