LITORAL PAULISTA GANHA PRAIA PROTEGIDA


O Decreto que oficializa a criação do mosaico de UC’s será assinado ainda este ano.

No Ano Internacional da Biodiversidade a comunidade do surf no litoral de São Paulo tem muito que comemorar. No último mês foi aprovado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), a criação do Parque Estadual das Restingas de Bertioga. Após dez anos de estudos no meio acadêmico e discussões acaloradas entre o movimento ambientalista e o setor privado, foi instituído em Bertioga-SP a maior área para conservação de uma grande extensão de praia, costão e restingas do litoral paulista.

O Parque criado pela Fundação Florestal (FF) é uma Unidade de Conservação (UC) e terá área total de 9.024 (mil) hectares, ligado por uma única passagem de biodiversidade a Praia do Itaguaré ao topo da Serra do Mar. Estando inserida num importante corredor biológico, além de manter uma fisionomia natural que abriga 98% das restingas da área costeira paulista, a Praia de Itaguaré ainda tem uma das melhores ondas para a prática do surf na Baixada Santista, que a partir de agora estão conservadas para os surfistas das presentes e futuras gerações.

Nesse processo, vale destacar a atuação das ONG’s, movimentos sociais e sociedade científica pelo incessante apoio ao desafio de garantir a proteção ambiental de toda essa área. Representando a comunidade do surf, levantando a bandeira da conservação das praias e oceanos, a organização ambientalista Ecosurf, desde o começo deste ano mobilizou milhares de surfistas e amantes do esporte para contribuírem com o abaixo-assinado que pediu a criação dessa UC.

Através de meio eletrônico (internet) e diálogo direto em eventos do esporte, foi possível coletar mais de 10 mil assinaturas em diversas partes do País e da Baixada Santista. Ainda dentro da proposta da Fundação Florestal (FF) serão criados no entorno do Parque Estadual das Restingas de Bertioga um Mosaico de Unidade de Conservação com Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Essa foi uma vitória para todos os surfistas e uma vitória para todos aqueles que se importam com a continuidade da vida no Planeta Terra.

Atitude dentro e fora d’água.

O surf também é uma atividade geradora de impactos, quer sejam ambientais, sociais ou culturais. Reduzir esses impactos negativos é garantir o desenvolvimento sustentado do esporte conservando o patrimônio cultural e natural das praias onde ele é praticado.