TREMOR NO CHILE

O surfista e viajante argentino Gabriel Beilinson, radicado no Chile, me mandou um relato assustador e em primeira mão, de quem sobreviveu a um dos maiores tremores já registrados no país.

Por volta das 3h30 da manhã, minha namorada me acorda. Inicialmente parecia que estava viajando de trem, mas logo me dei conta do que estava acontecendo. Era um tremor que a cada segundo tornava-se mais intenso. Peguei rapidamente minha calça, chinelos e fui me equilibrando até a porta de casa. Ainda bem que não moro num prédio... O fortíssimo tremor durou três minutos ─ o que pareceu uma eternidade. A vibração era tão forte que gerava um som grave e poderoso. Minutos depois, a cidade inteira ficou sem luz e todos os alarmes dos carros soavam ensurdecedoramente.

Nossa casa resistiu ao tremor. Cansados, fomos deitar e dormimos novamente. No dia seguinte, a eletricidade retornou somente a meio-dia. Nossos vizinhos estavam bem, mas as notícias começaram a mostrar o terrível desastre causado pelo terremoto de 8,9 graus na escala Richter. Um dos mais fortes dos últimos tempos, muito maior que o do Haiti. A diferença é que o Chile está preparado para resistir aos abalos sísmicos devido às suas construções. Depois deste susto, mais uma bomba. Um tsunami que varreu o litoral desde a oitava até a sexta região.

Resultado: os povoados com as melhores ondas do Chile foram destruídos. Muitos dos nossos amigos ficaram sem nada, muitas pessoas faleceram. Ainda bem que a noite fatídica era de lua cheia e a maioria das pessoas conseguiu ver a maré baixando e conseguiu se proteger. Tremores acima de 7,0 graus sempre devem ser considerados, pois é muito provável que ocorra a chegada de um tsunami na seqüência. O problema é que nem sempre é possível comunicar a população.

O desastre foi grande. Durante as primeiras duas semanas, o clima, mar e ambiente ficaram estranhos. O importante não era surfar, mas sim ajudar àqueles que sempre nos receberam com carinho em suas casas e praias. Todas as escolinhas de surf ficaram sem equipamentos, pousadas e restaurantes sumiram. As bancadas foram transformadas, algumas para pior e outras para melhor, mas agora muitos lugares não têm infraestrutura para receber turistas. Por isso, é fundamental que a comunidade do surf dê uma força através de doações para facilitar a reconstrução do que foi destruído. Portanto, apreciaremos qualquer tipo de colaboração.


COMO AJUDAR:
Save The Waves Coatilion:

Doações online: http://www.savethewaves.org/
Contato: Lindsey Davis / +1-831-426-6169 / lindsey@savethewaves.org

The Pichilemu Institute of Language Studies:
Doação online:
http://www.studyspanishchile.com/
Contato: Quinn Campbell / +1-714-293-0620 / quinn.Campbell@quiksilver.com