Newton Alves Filho


A princípio parece um museu de pranchas de surf, são mais de quarenta, de shapers do mundo todo, vários tamanhos, modelos e diferentes pinturas.

Mas o lendário surfista carioca Newton Alves Filho faz questão de falar que de museu sua coleção não tem nada, todas as pranchas formam o seu quiver que vai de uma nove pés para ondas gigantes até uma fish usada para manobrar nas marolas. Newtinho, como é mais conhecido, vê suas pranchas como ferramentas, com funções específicas para os diferentes trabalhos, no caso os diversos tipos de onda. Ele está preparado para qualquer mar, por isso é como ver sempre uma prancha diferente embaixo do braço. Em sua casa há pranchas espalhadas por todos os cômodos, amontoadas no rack do seu quarto, em cima do armário, na sala e até embaixo da cama.

Além de quiver, suas pranchas formam uma coleção de dar inveja a qualquer surfista. Um pouco da história do surf pode ser contada através delas. Uma linda 6'3" usada pelo primeiro campeão mundial Peter Towned, uma 6'1" do tri campeão Tom Carrol. Duas pranchas do Sunny Garcia, sendo uma delas usada em Sunset no ano em que foi campeão. A prancha consagrada por Taylor Knox nos filmes do Taylor Steele. Uma 7'2" do Sheena, que foi a última que ele shapeou no Brasil. Além de pranchas dos Top’s Mark Occhilupo, Rob Machado e Kalani Robb, e um modelo do Beto Santos de tow in usado por Eraldo Gueiros na Ilha de Lobos.

Newtinho não mede esforços para conseguir as pranchas, muitas vezes comprando dos próprios surfistas. Mas seu quiver conta com pranchas feitas sob encomenda por shapers brasileiros e gringos. Entre elas uma 8'2", que é uma de suas favoritas, shapeada pelo lendário havaiano Dick Brewer. Uma das primeiras pranchas de epoxy no Brasil, do Sheena ─ quando a tecnologia era ainda totalmente experimental. Uma 8'10" do brasileiro residente no Hawaii, Jorge Vicente. Algumas pranchas originais do Mayhem (...Lost) e do Al Merrick, além de uma relíquia shapeada pelo falecido Wanderbill, um dos caras que marcou a fabricação de pranchas no Brasil.

Newton acompanhou o desenvolvimento das pranchas no Brasil e no mundo, e sua coleção evidencia isso. Ele conhece todas as suas pranchas, como funcionam nos diferentes tipos de onda.

Acima de tudo, sua coleção é mais uma prova da paixão de Newton Alves pelo surf, que já dura mais de cinqüenta anos.