Recado aos surfistas brasileiros

Você deve estar olhando para a imagem acima e se perguntando: “O que uma foto de rodeio está fazendo em um site de surf?”. Calma, eu explico. Freqüentemente escuto pessoas falando que jamais ganharemos um título mundial simplesmente porque “os gringos não vão deixar”. Quando cito exemplos de esportistas brasileiros como Zico e Senna que sequer pediram licença para hastear a bandeira no lugar mais alto do pódio, mas ainda escuto que isso se deve ao fato de não dependerem de um julgamento subjetivo.


Concordo que juízes de surf erram afinal, somos humanos. Mas discordo com veemência que há um complô entre americanos e aussies contra nós, pobres brasileiros. E espero sentado quem achar-se injustiçado, pois a imprensa especializada está relacionando a falta de resultados a performances do que ações contra os organizadores do Circuito Mundial!

E é justamente aí que entra a foto. Um dia desses, me deparo com um sujeito grudado firme em um touro enorme que não economizava esforços para jogá-lo longe dali. Passados oito segundos, escuto o locutor anunciar que o brasileiro Adriano Morais é campeão mundial da PBR e acaba de faturar nada menos que 1 milhão de dólares.

Como peguei a programação no final, fiquei curioso em saber algumas coisas relacionadas ao assunto. Descobri que a PBR é uma associação jovem, fundada em 1992 por 20 peões em busca do sonho de ser conhecidos como atletas profissionais. Hoje, conta com mais de 700 membros, o circuito passa por 29 cidades, distribui mais de 10 milhões de dólares em prêmios e tem uma audiência aproximada de 100 milhões de espectadores. E o mais interessante, para disputar o título, vai apenas os 45 melhores do ranking, com o vencedor sendo determinado por um sistema bem parecido com o de surf.

Adriano Morais é o grande ídolo do esporte, com mais de 3 milhões na conta ao longo da carreira, e já tem outro brasileiro chegando junto. O cowboy Guilherme Marchi.

Foi uma surpresa saber que mais brasileiros estão arrepiando no cenário mundial, trazendo títulos e acenando para o público com a bandeira verde-amarela nas mãos. Com a intenção de injetar ânimo em nossos surfistas que sonham um dia ser campeões mundiais. Achei válida a estranheza de uma foto de rodeio aqui e contar um pouco da saga de Adriano Morais.

Segura, peão!