Litoral paulista protegido?

O governador de São Paulo, José Serra, criou três Áreas de Proteção Ambiental (APAs) no litoral paulista, que vão de Ubatuba a Cananéia, num total de 1.124 milhão de hectares. Dentro da área das APAs, o governo tem agora poder para proibir a pesca predatória, combater a poluição dos barcos, regular o uso de jet skis, disciplinar e até negar permissão para a construção de casas em ilhas da região. O governo promete novas normas para a construção civil, o turismo e outras atividades econômicas. Sobre as ilhas, foi criado o Mosaico das Ilhas, visando restringir o acesso a esses locais, como se faz em Fernando de Noronha. As medidas são louváveis, mas haverá uma fiscalização eficiente?

Por outro lado, como bem alertou em editorial o Jornal da Tarde, além das APAs, o governo deveria combater o grave problema de saneamento precário (esgoto e lixo) do litoral paulista, causado pela intensa atividade econômica, aumento da população e favelas, derrubada da mata atlântica e aterramento dos mangues. "O índice de coleta e tratamento de esgoto é muito baixo, não vai além de 30%... a maior parte do esgoto é jogado in natura, em rios e córregos e vai acabar nas praias. Quem pega onda sabe onde vai parar essa porcaria toda...". A boa notícia é que estão previstos R$ 1.47 bilhões para a execução de várias obras na Baixada Santista, além de um emissário submarino em Ilhabela e saneamento de 85% do litoral norte.